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Governo de SP prepara anúncio de concessões de rodovias para 2º semestre

O caso mais avançado, da Centrovias, responsável pela rodovia Washington Luís no interior, já foi definido e deve ter nova licitação em julho

Marginais: em fase de estudos, o governo de São Paulo já decidiu que não quer pedágios nessas vias (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2019 às 15h41.

São Paulo—O governo de São Paulo acelera os estudos sobre as quatro concessões que vencem ainda no mandato do governador João Doria —Centrovias, AB Triângulo do Sol, Via Oeste e Renovias—para anunciar qual será o rumo tomado para cada uma delas já no segundo semestre deste ano.

O caso mais avançado, da Centrovias, responsável pela rodovia Washington Luís no interior, já foi definido e deve ter nova licitação em julho. É o que afirmou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor da Artesp, Giovanni Pengue.

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Em relação à concessão das marginais dos rios Pinheiros e Tietê, ele diz que aguarda o retorno dos estudos feitos pelas duas interessadas para que o governo defina se o projeto será viável economicamente. Se for, acha possível colocar a licitação "na rua" ainda este ano, para resultado em 2020.

O diretor da Artesp explica que, para as concessões que vencem ainda no mandato Doria, o governo avalia uma renovação direta, sem licitação, mas desde que se incluam novos investimentos ou obrigações diferenciadas para a concessionária. Pengue diz que há "certa celeridade" na tomada de decisão em relação a esses projetos, que ocupam trechos da malha viária prioritariamente nas regiões de Ribeirão Preto, Araraquara e São Carlos. "Se o contrato vence em 2021, 2022, preciso começar estudos agora. Se caminho for para A ou B, essa decisão precisa ser tomada este ano" , disse.

Ele explica que o governo tratará caso a caso e não vai impor nada às empresas. "Para cada caso estamos avaliando, até pelo nível de maturidade da concessionária e condição do lote. Porque se eu fizer uma mudança no contrato, quero novo investimento, quero reduzir forma de cobrança", aponta.

O governo paulista tem sustentado um discurso de que o valor de outorga pago aos cofres públicos não é uma prioridade e que o objetivo é maximizar investimentos e incluir trechos que são importantes para o tráfego e incluindo no escopo dos contratos mais trechos que atendam diretamente a população. Por isso, a ideia é fazer um pente fino em obras consideradas necessárias e verificar sua viabilidade, como a alça de Osasco e a ponte Santos-Guarujá.

Em relação à via que hoje está sob concessão da Centrovias, de 218km, o governo já bateu o martelo sobre a relicitação e a extensão para 1.200 km, trecho batizado de Piracicaba-Panorama. Pengue afirma que o Estado refina o projeto após ter finalizado a consulta pública em relação ao tema.

O diretor explica que a agência recebeu 1.800 contribuições sobre a via, 75% delas relativas a investimentos. "Estamos finalizando o refinamento para apresentar para o CDPED (Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização) e aí ter decisão da modelagem final, quais investimentos ficam, qual é o cronograma", explicou.

Marginais

Pengue diz que, em relação à concessão das marginais do Pinheiros e do Tietê, o governo ainda aguarda o estudo de viabilidade das duas interessadas para decidir sobre a viabilidade financeira do projeto. O governo já definiu que não quer pedágio nas duas vias. Por isso, a ideia é uma PPP Administrativa, pelo qual a empresa diz ao governo quanto precisará ano a ano para investimentos, manutenção e remuneração e os recursos saem dos cofres públicos.

O diretor afirmou que tampouco interessa ao Palácio dos Bandeirantes incluir cobrança tarifária no trecho da Raposo Tavares que está incluído no pacote.

O diretor afirma que, atualmente, o governo não sabe quanto custa a manutenção das marginais e quais são as intervenções necessárias para melhorar o tráfego. Isso porque atualmente parte das obrigações ficam com a Prefeitura da cidade de São Paulo. "Hoje a grande dificuldade de saber quanto será aportado é porque não sabemos quanto custa", disse.

Por isso, a decisão do governo foi de ouvir as sugestões do mercado para, então, decidir. Duas empresas foram autorizadas a realizar estudos de viabilidade, que devem ser apresentados no segundo semestre. Se a proposta for viável para o governo, o diretor acredita que será possível lançar a licitação ainda este ano.

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