(Governo de São Paulo/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 15h51.
Última atualização em 6 de dezembro de 2020 às 21h46.
O governo de São Paulo tem preparado um Plano Estadual de Imunização contra a covid-19. No documento, há o todo o cronograma, grupos prioritários e os volumes da vacina que serão disponibilizados para a população. Na última quinta-feira, 3, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que vai apresentar todo o plano nesta segunda-feira, 7.
“Vamos apresentar o Programa Estadual de Imunização completo, de forma precisa, com cronograma, com os setores que serão priorizados, volume de vacinas, regiões, áreas, logística, segurança, todos os processos serão apresentados. Já temos o programa há pouco mais de 20 dias e vamos apresentá-lo na próxima segunda-feira, 7”, disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Ainda de acordo com o governador, o programa só poderá ser aplicado a partir do dia 15 de janeiro, prazo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para análise final da testagem da vacina do Butantan, desenvolvida com o laboratório chinês Sinovac.
A apresentação do plano é uma resposta ao Ministério da Saúde que disse que o Plano Nacional de Vacinação contra o coronavírus só ficará pronto depois de uma vacina aprovada pela Anvisa. Internamente, a pasta trabalha com a inclusão de alguns grupos, como os idosos, sendo os primeiros a serem imunizados. Provavelmente este plano terá quatro fases e a previsão é começar somente em março. Ainda não se sabe se a vacina do Butantan será adquirida pelo governo federal.
Na semana passada, o governo de São Paulo recebeu a segunda remessa de doses da CoronaVac. Este lote era de 600 litros a granel, o equivalente a 1 milhão de doses. No mês passado, São Paulo já havia recebido as primeiras 120.000 doses da vacina pronta. O Butantan diz que terá 46 milhões de doses até o fim do ano. O custo total do contrato do governo de São Paulo com o laboratório chinês é de 90 milhões de dólares.
Apesar destes dois lotes estarem no Brasil, a vacinação ainda depende do resultado do estudo clínico – a chamada fase 3 – que vai comprovar a eficácia do imunizante.
Em um estudo revisado por pares publicado no dia 17 de novembro na prestigiada revista The Lancet, foi apontado que a CoronaVac, é segura e foi capaz de criar anticorpos em 97% de 700 voluntários que participaram da fase de testes 1 e 2 na China.
No fim de novembro, o teste de eficácia da CoronaVac no Brasil atingiu o número mínimo de pessoas infectadas. Com isso, os estudos entraram na última fase de análise para verificar se ela realmente é eficaz contra o coronavírus. Um total de 13.000 voluntários participa do estudo.
Metade recebe a vacina e a outra metade um placebo. O Instituto Butantan estabeleceu que a partir do número mínimo de infectados – 61 casos – os resultados começam a ser analisados individualmente. Ou seja, os pesquisadores passam a analisar se os contaminados estão no grupo vacinado ou no grupo placebo, e verificar se a vacina atingiu o objetivo que é de combater o coronavírus.
De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, a expectativa é concluir esta análise dos casos de infecção na semana que vem.