Governo da Venezuela 'se afasta' de lisura e transparência nas eleições, diz Pacheco
Governo brasileiro aguarda divulgação das atas de votação para se posicionar sobre o resultado
Agência de notícias
Publicado em 30 de julho de 2024 às 15h04.
Última atualização em 30 de julho de 2024 às 15h04.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contestou a transparência das eleições da Venezuela, que mantiveram o presidente Nicolás Maduro no cargo. O governo brasileiro ainda aguarda a divulgação das atas de votação para se posicionar oficialmente sobre o resultado. Nesta terça, as ruas de Caracas e de outras grandes cidades venezuelanas são palco de protestos contra os resultados contestados da eleição presidencial.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) proclamou Nicolás Maduro vencedor da eleição presidencial com 51,2% dos votos contra 44,2% do oposicionista Edmundo González Urrutia. A autoridade eleitoral, controlada pelo chavismo, calculou que o comparecimento às urnas foi de 59%, com 80% dos votos apurados, e descreveu a tendência como “irreversível”. Maduro defendeu sua vitória, enquanto a oposição, liderada por María Corina Machado, rejeitou o resultado, alegando ter provas de que seu bloco recebeu 73,2% dos votos.
Em comunicado, Pacheco afirmou que "falta clareza" ao processo eleitoral do país vizinho.
"Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegure a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável. O governo da Venezuela se afasta disso ao nao demonstrar esses valores com clareza. A luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas. Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for", afirmou o senador.
O ministro da Defesa venezuelana, Vladimir Padrino López, expressou nesta terça "absoluta lealdade e apoio incondicional" das Forças Armadas ao presidente Nicolás Maduro , assegurou que os protestos "são um golpe de Estado" que promovem "a extrema direita" e prometeu que as forças não irão permitir isso.
Forças policiais e coletivos pró-Chávez têm atuado na repressão aos protestos em partes de Caracas. Balanços apresentados por ONGs atuantes no território venezuelano apontam ao menos quatro mortos, 44 feridos, 46 detidos e 25 desaparecidos durante — com um jornal espanhol afirmando que há ao menos sete mortos.
Já o Ministério Público afirma que 749 pessoas foram detidas, 48 militares e policiais ficaram feridos e um oficial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) morreu. O líder opositor Freddy Superlano integra a lista dos detidos, segundo seu partido, Voluntad Popular (VP), que alertou nesta terça-feira para uma “escalada da repressão” em meio aos protestos contra a reeleição de Maduro.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos nosso coordenador político nacional Freddy Superlano foi sequestrado”, disse o partido VP no X.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver o político sendo levado por agentes da Inteligência Bolivariana e se desfazendo de seu celular.
Já o Ministério Público afirma que 749 pessoas foram detidas, 48 militares e policiais ficaram feridos e um oficial da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) morreu. O líder opositor Freddy Superlano integra a lista dos detidos, segundo seu partido, Voluntad Popular (VP), que alertou nesta terça-feira para uma “escalada da repressão” em meio aos protestos contra a reeleição de Maduro.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos nosso coordenador político nacional Freddy Superlano foi sequestrado”, disse o partido VP no X.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver o político sendo levado por agentes da Inteligência Bolivariana e se desfazendo de seu celular.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou o governo de Maduro a contar os votos “com total transparência” e a liderança política a agir “com moderação”. O Brasil, a maior democracia da América Latina, solicitou, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, a publicação das apurações para dar “transparência e legitimidade” à contagem dos votos. Estados Unidos e Chile também questionaram os resultados.