Brasil

Governo da BA decreta luto pela morte de João Ubaldo Ribeiro

"Sua crítica social muitas vezes incomodava, mas também apontava caminhos", afirmou o governador Jaques Wagner, que foi ao Rio participar do velório de Ubaldo

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 16h24.

Salvador e Rio - O governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador decretaram luto oficial de três dias pela morte do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro.

O governador Jaques Wagner (PT), que foi ao Rio participar do velório de Ubaldo, disse que o escritor soube "desvendar as entranhas da epopeia brasileira" como poucos.

"Sua crítica social muitas vezes incomodava, mas também apontava caminhos", afirmou. "Ubaldo é leitura essencial para quem quiser contribuir para a construção de uma sociedade melhor."

Já o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), destacou a importância da obra de Ubaldo para "divulgar a identidade da Bahia no Brasil e no mundo".

Ele também lembrou que a prefeitura lançou, em março, o Selo Literário João Ubaldo Ribeiro, para estimular o surgimento de novos escritores. "Foi uma homenagem a ele", afirmou. "Vamos continuar nos inspirando em tudo que ele representa."

Homenagens

Ninguém ocupa a mesa próxima à varanda. Um copo vazio foi deixado sobre o móvel. Assim, João Ubaldo Ribeiro foi homenageado pelos donos do restaurante Tio Sam (Leblon, zona sul), frequentado pelo escritor há 20 anos. A mesa de João Ubaldo ficou reservada por todo o dia.

Segundo a gerente Cristiane Esteves, de 35 anos, João Ubaldo costumava ir lá aos "sábados, domingos e feriados". Chegava por volta das 11h e ia embora entre 14h e 15h. "Estava sempre cercado de amigos."

O acadêmico bebia chope em tulipa e comia camarão ao Tio Sam, com pequenas alterações: pedia que o fruto do mar fosse cozido "no bafo", em vez do empanado tradicional, e o arroz à grega viesse sem passas.

João Ubaldo costumava encontrar com amigos que já frequentavam o bar e recebia os que não eram habitués, como se o Tio Sam fosse a extensão da casa. Também cumprimentava admiradores que o abordavam, sempre simpático.

No carnaval passado, o bloco Areia, que se concentra na Rua Dias Ferreira (endereço do Tio Sam), homenageou o escritor e os amigos.

O desenho oficial do bloco mostra o comandante Schutt, outro frequentador assíduo, e João Ubaldo à mesa, servidos pelo dono do bar, Francisco Esteves. "Ubaldo, o João do Leblon", diz a inscrição no cartaz. "Ele era bem próximo. Meu pai chegou a ir à Bahia visitá-lo quando esteve internado", afirmou Cristiane.

Acompanhe tudo sobre:BahiaEscritores

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR