Governadores de 24 estados se reúnem pela democracia e pelo meio ambiente
Maior encontro de chefes de executivos estaduais desde maio de 2019, a proposta partiu de João Doria (PSDB), de São Paulo, e de Wellington Dias (PT), do Piauí. Três governadores não devem participar
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João Doria, governador de São Paulo: encontro entre governadores ocorre após presidente Jair Bolsonaro protocolar pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes (Christopher Goodney/Bloomberg)
Publicado em 23 de agosto de 2021, 06h30.
Última atualização em 23 de agosto de 2021, 10h40.
Governadores de pelo menos 24 estados vão se reunir na manhã desta segunda-feira, 23, no maior encontro de chefes de executivos estaduais desde maio de 2019. A reunião tratará da defesa da democracia e das instituições e da criação de um consórcio para buscar fundos para questões ambientais.
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"Vamos tratar de democracia. É para os governadores que se sentirem à vontade se manifestarem. Vão defender a democracia, vão defender o Supremo, e vão defender que o País mantenha suas instituições, condenando qualquer flerte ou qualquer iniciativa autoritária no País", afirmou Doria no sábado, 21, em agenda de seu partido no Rio.
O encontro dos governadores foi combinado no grupo de whatsapp de que todos os governadores participam. A proposta do encontro partiu de João Doria (PSDB), de São Paulo, e de Wellington Dias (PT), do Piauí.
"Há sinais de que, pela proximidade do 7 de setembro, movimentos sejam promovidos por bolsonaristas, bolsominions e psicopatas que seguem o presidente Bolsonaro, para defender a ditadura e um regime autoritário no Brasil. Nós resistiremos", disse o governador. Ele se referia às manifestações de direita convocadas para o feriado da Independência.
"Nada contra as manifestações, elas são soberanas. Teremos dia 7 e dia 12, dia 12 contra o governo, dia 7 a favor do governo. Mas que elas sejam pacíficas, que elas sejam feitas dentro dos limites que cada Estado, que cada município estabeleceu, para garantir a vida e o direito à manifestação, mas sem rasgar a Constituição ou atentar contra ela ou contra a vida."
Brasil verde
Outro ponto que será tratado tem relação com a ajuda ao meio ambiente. "Os governadores propuseram um consórcio pró-meio ambiente, que vai se chamar Brasil Verde. Os governadores que aceitarem participam e se reúnem nesse consórcio, e ele passará a ter via legal para pleitear investimentos de fundos internacionais, especialmente fundos europeus e japoneses", comentou Doria. Ele disse que a ideia partiu do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).
Segundo Doria, a "Região Amazônica tinha (investimento de fundos internacionais) e perdeu, dadas as circunstâncias do governo Bolsonaro de ter abandonado os compromissos com o carbono zero e os compromissos com o encontro de Paris."
O governador paulista não quis dizer quais são os três governadores que não confirmaram a participação no encontro de segunda-feira.
"Espero que mudem de ideia", disse Doria, que foi ao Rio para um evento das prévias do PSDB no sábdo, 22. Até o momento, 20 confirmaram que participarão de forma virtual, e quatro estarão reunidos em Brasília.
Tensão entre os Poderes
O presidente Jair Bolsonaro protocolou na sexta-feira, 20, um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado. A denúncia tem 102 páginas e denuncia o magistrado por crimes de responsabilidade, pedindo a destituição de Moraes do cargo com inabilitação de oito anos para a função pública.
O chefe do Planalto classificou Moraes como "o verdadeiro censor da liberdade de expressão ao interditar o debate de ideias e o respeito à diversidade, e ao descumprir compromisso expressamente assumido com este Senado Federal." A acusação fica em torno de supostos abusos que Moraes teria cometido no cargo.
O inquérito das fake news, conduzido por Moraes, é apontado entre os motivos para o pedido de Bolsonaro. O presidente elencou condutas do magistrado, como ter determinado a remoção de conteúdos da internet, busca e apreensão contra autoridades, prisão de parlamentar e afastamento de auditores fiscais, além de acolher despacho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para determinar investigação contra Bolsonaro por ameaça às eleições.
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