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Funaro acusa irmão de Geddel de se beneficiar de esquema de Cunha

O empresário fez essa afirmação na sexta-feira, em audiência referente à operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa

Lúcio Vieira Lima: o deputado foi citado na fala de Funaro (facebook/Reprodução)
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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 17h40.

Brasília - O empresário Lúcio Funaro acusou o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro do governo Temer Geddel Vieira Lima , de serem beneficiários de um esquema de corrupção e desvio de recursos do fundo do FGTS liderado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Funaro fez essa afirmação na sexta-feira, em audiência referente à operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos da Caixa Econômica Federal. A íntegra do depoimento dele foi tornada pública nesta segunda-feira pela Justiça Federal de Brasília.

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Na audiência, o empresário - que firmou acordo de delação premiada homologado no Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro que serviu de base para a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer - afirmou não ter "ideia" de como Cunha fazia o rateio da propina que o então deputado recebia por desvios no FGTS.

Mas, perguntando pelo procurador da República Anselmo Lopes sobre quais grupos seriam beneficiários, Funaro disse que eram "vários" e citou integrantes do PMDB e do PSC, "todo mundo que dava suporte a ele". Questionado quais seriam as pessoas beneficiadas por Cunha, ele detalhou.

"Posso definir, Henrique Eduardo Alves (ex-presidente da Câmara, preso em desdobramento da Lava Jato), Lúcio Vieira Lima, esse outro aí por último, esse aí que virou líder do governo André Moura, Manoel Junior lá da Paraíba (deputado federal), esse aí eu sei que foi pegadinha lá no meu escritório (sic), está na minha contabilidade", disse.

Funaro, entretanto, não deu informações de como ocorreu essa distribuição de recursos desviados. Limitou-se a dizer que o rateio dependia da época e da necessidade.

Contatadas, as assessorias de André Moura e Lúcio Vieira Lima não responderam de imediato a um pedido de comentário sobre a afirmação feita pelo empresário. Os demais não foram localizados.

Como essas menções citam autoridades com foro privilegiado, uma investigação formal sobre esses deputados teria de ser conduzida pela Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer

No depoimento, Funaro repetiu que o presidente Temer e outras autoridades do PMDB sabiam do esquema tocado por Fábio Cleto, então um dos vice-presidentes da Caixa.

Ele citou Geddel e o irmão dele que "com certeza" sabiam do esquema, além de Temer, Henrique Eduardo Alves, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e o ex-deputado federal Washington Reis (PMDB-RJ).

Todos negaram irregularidades.

O empresário disse que a maior ala do partido era comandada por Cunha, para quem admitiu ter atuado como operador por mais de 15 anos. Ele chegou a estimar ter se encontrado com o ex-deputado - preso na operação Lava Jato - 780 vezes nesse período.

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