Os fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça (Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2024 às 11h54.
Os dois presos que escaparam na quinta-feira, 15, da Penitenciária Federal de Mossoró, unidade de segurança máxima no interior do Rio Grande do Norte, fizeram uma família refém na noite da sexta-feira, 16. Eles se alimentaram e continuaram com a fuga.
Essa é a primeira fuga registrada na história da rede penitenciária federal, onde estão líderes de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). São cinco presídios do tipo no País: além de Mossoró, há unidades em Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília. A primeira delas, no Paraná, foi inaugurada em junho de 2006.
Os fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça. Conforme informações preliminares, ambos têm ligação com o CV, uma das facções dominantes no Acre, onde ficaram presos até setembro do ano passado.
Os criminosos foram transferidos para Mossoró após terem participado de uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, na região metropolitana de Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos em julho de 2023.
A transferência foi feita a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Acre. Além de Deibson e Rogerio, 12 presos foram remanejados nas mesmas circunstâncias.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou na quinta-feira, 15, que cerca de 300 policiais trabalham nas buscas pelos fugitivos, entre agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias locais. Estão sendo usados desde drones a helicópteros na tentativa de encontrar os dois criminosos. Até o momento, porém, nenhum deles foi recapturado.
Os policiais trabalham com a hipótese de que os foragidos estejam num perímetro de 15 quilômetros ao redor da Penitenciária Federal de Mossoró. Câmeras externas não registraram a chegada de veículos para resgatar os prisioneiros e também não foram identificados furtos ou roubos de veículos na região, o que reforça a hipótese de que Deibson e Rogério fugiram a pé.
* Conhecido como "Deisinho" ou "Tatu", Deibson Cabral Nascimento de 33 anos, é considerado um criminoso da "primeira leva" de batismos (quando um criminoso é aceito como membro da facção) do Comando Vermelho no Acre, no fim de 2013. Ele soma penas de mais de 60 anos, com acusações que se acumulam desde a adolescência
* Já Rogério da Silva Mendonça, apelidado de "Cabeça de Martelo" ou "Querubin", entrou posteriormente na facção criminosa, em processo de expansão do crime organizado pela região Norte. Conforme o Ministério Público do Estado do Acre, as investigações ainda não conseguiram precisar quando ele ingressou no CV, mas o criminoso passou a ter papel importante dentro da prisão. Suas penas somam mais de 70 anos.