Ricardo Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 14h20.
O Ministério da Justiça informou nesta quinta-feira que o nome dos dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró estão incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol (Polícia Internacional). O alerta — que é do grau mais alto do Sistema da Interpol — é emitido quando autoridades de um país identificam indivíduos que representam uma ameaça iminente à sociedade.
A informação foi dada pelo Secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira. Inicialmente, os dois haviam sido colocados na lista laranja.
— Nós efetuamos o registro dos nomes desses indivíduos no sistema de difusão de Interpol, agora já posso dizer, vermelho, difusão vermelha, e no sistema de proteção de fronteiras de modo que, do ponto de vista de todos os … ambiência normativa e de ação operacional necessários para recaptura, independentemente do cenário de onde eles serão capturados ou não, estão garantidos em todas unidades, inclusive da polícia internacional — detalhou Garcia.
Garcia viajou a Mossoró nesta quarta-feira a pedido do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A pasta acionou a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal para ajudar na captura dos dois criminosos. Essa foi a primeira vez que internos escaparam de um presídio federal de segurança máxima no país, em um episódio que o secretário tratou como "irrepetível".
— Não podemos detalhar o que está sendo realizado, é óbvio que tem um perímetro, várias equipes e vários recursos que estão sendo empenhados 24 horas por dia neste recurso, tecnologias, serviços de inteligência integrados, drones com equipamentos termais, helicópteros da PF, PRF, e da PM do Rio Grande do Norte. Todos os meios disponíveis estão a nossa disponibilidade para que a gente possa executar a tarefa do melhor jeito possível.
Segundo o secretário, no entanto, a inclusão do nome dos fugitivos no Sistema de Difusão Vermelha, não indica que os detentos tenham fugido do Brasil
— Isso não quer dizer que eles estejam fora do país, mas há sempre essa prevenção e atuação preventiva por parte da Polícia Federal e Justiça — afirmou Garcia. —A PRF monitora todas as rodovias sob sua jurisdição e está dando esse suporte muito importante nas ações de busca — completou o secretário.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também determinou o afastamento da atual direção da penitenciária e escalou um interventor para comandar a gestão da unidade.
Os fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ambos naturais do Acre. Os dois teriam fugido da penitenciária por uma abertura do teto da cela durante o banho de sol dos detentos. A dupla é ligada a uma facção criminosa com ampla presença no Rio de Janeiro.
Também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho” responde a 34 processos na Justiça do Acre, por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo. Documentos da Justiça mostram que Deibson já havia fugido e tentado fugir outras vezes da cadeia e é tido como um criminoso de "alta periculosidade".
Rogério, por sua vez, também é citado em documentos como um criminoso "extremamente frio". Seu perfil violento é evidenciado na pele. Em fotos que constam nos registros penitenciários, é possível notar que ele exibe o símbolo nazista da suástica tatuado numa das mãos.
A dupla foi transferida para Mossoró em 27 de setembro de 2023 e deveriam ficar na unidade prisional até o dia 25 de setembro de 2025.