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Fórum Infra: Bancos públicos ampliam projetos em infraestrutura e apostam no saneamento em 2024

A expectativa do BNDES, por exemplo, é ter até 30% dos projetos dentro do setor de saneamento nos próximos anos

Infraestrutura: discussão sobre novas formas de financiamiento da infraestrutura (Eduardo Frazão/Exame)

Infraestrutura: discussão sobre novas formas de financiamiento da infraestrutura (Eduardo Frazão/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 15h31.

Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 09h58.

Após ampliar a modelagem de projetos em infraestrutura em 2023, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promete apostar no saneamento para o próximo ano. A expectativa é que o montante direcionado para o setor aumente dos atuais 20% para até 30% em até três anos. No total, a empresa contratou R$ 55 bilhões em projetos de infraestrutura em todos os setores neste ano.

"Todo mundo falava que o saneamento era o patinho feito da infraestrutura, mas agora é o cisne. Acreditamos que, com o andamento dos projetos modelados e estruturados pelo BNDES em parceria com os entes públicos, vamos ter uma aceleração nos próximos dois ou três anos e imaginamos que saneamento será responsável por até 30% do total do investimento. A expectativa também é conseguir novos projetos para atingir esse número", disse Luciene Machado, Superintendente da Área de Estruturação de Projetos do BNDES, no painel sobre novos formatos e instrumentos de financiamento da infraestrutura do Fórum de Infraestrutura, Cidades e Investimentos, realizado pela EXAME em São Paulo nesta quinta-feira, 7.

Machado disse ainda que o banco público tem 140 contratos em andamento hoje, sendo 80 de estados e municípios. "Nesse primeiro ano existiu uma mobilização jamais vista por governadores. Isso é explicado pelas boas experiências e práticas de parcerias público privadas que mostraram para essa nova safra de governadores que é preciso explorar esse mecanismo", disse.

A aposta no saneamento se explica pela necessidade de todos os municípios brasileiros cumprirem a meta do marco do saneamento, que exige que as cidades universalizarem o serviço de água e esgoto até 2033.

Aldemir Freire, diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, também afirmou que a instituição espera diversificar os setores para projetos no próximo ano. Freire disse que o banco tem uma forte atuação em energia, principalmente com fontes renováveis, e quer ampliar as modelagens em saneamento e logística. "Conseguimos avançar para descentralização dos projetos, quando alocamos R$ 3,5 bilhões para áreas de saneamento e logística. A ideia é expandir isso para o próximo ano", disse Freire.

Já Felipe Teles Izabel da Cunha, Gerente Nacional da Unidade de Desenvolvimento de Parcerias da Caixa, destacou o crescimento da atuação do banco em investimentos em infraestrutura, com destaque para projetos com municípios.

"Hoje, a Caixa tem 75 projetos de PPPs em carteira, sendo 44 projetos em iluminação pública. Estamos falando em projetos que geram eficiência no gasto público porque eles geram uma economia muito significativa para as prefeituras. A redução nas contas de energia giram em torno de 54%. Essa é a segunda ou terceira maior despesas das cidades", explicou.

Cunha disse ainda que o banco exerce um papel importante para levar uma cultura da necessidade de os municípios explorarem as iniciativas público privadas. "É um papel para fazer com que a municipalidade entenda que essa ferramenta é importante para o desenvolvimento da infraestrutura das cidades", disse. Ele acrescentou ainda que na expansão de setores, a Caixa tem projeto politico de PPPs em educação infantil para reformar e construir escolas.

IFC espera mais projetos de impacto social e retorno para o mercado

João Carneiro, Head de investimentos em infraestrutura na International Finance Corporation (IFC), instituição do Banco Mundial, disse que nos últimos anos a instituição teve um avanço em projetos  com o saneamento como foco em projetos. "Começamos a fazer operações com grandes clientes, a Sabesp é o nosso maior, por exemplo, e temos outros investimentos no setor de saneamento, que é o nosso grande foco por toda carga social englobada", disse. 

Ao comentar os valores previstos para investimentos, Carneiro disse o IFC não tem um limite para empréstimos de recursos. "É uma questão que depende se o projeto se encaixa com o que queremos fazer e do seu impacto social e retorno de mercado para nós", explicou.

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