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Feridos na Cracolândia entraram no prédio escondidos, diz Penido

Marcos Rodrigues Penido, o secretário municipal de Serviços e Obras, disse que as duas entradas principais do prédio estavam lacradas

Cracolândia: "Perguntamos para moradores e todos diziam que o prédio estava vazio" (Cátia Toffoletto/Flickr/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de maio de 2017 às 21h55.

Última atualização em 23 de maio de 2017 às 22h08.

São Paulo - Em entrevista concedida na sede Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, o secretário municipal de Serviços e Obras, Marcos Rodrigues Penido, chamou de "inusitado" o incidente que resultou em três feridos durante uma demolição na região da Cracolândia no início da tarde desta terça-feira, 23.

Segundo ele, um pensionato foi atingido acidentalmente pela retroescavadeira que iria derrubar o prédio vizinho, causando ferimentos em pessoas que estavam no seu interior.

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Penido reitera, contudo, que os feridos teriam entrado no local "clandestinamente", pois as duas entradas principais estavam lacradas.

De acordo com o secretário, elas adentraram o local por uma abertura localizada no muro do estacionamento vizinho.

Ele afirma ter, inclusive, "vistoriado" o estacionamento junto com seu chefe de gabinete e o encarregado da retroescavadeira em dois momentos, por volta das 11h e das 12h, mas admite não ter olhado todo o terreno, no qual, ao fundo, havia a entrada.

"Perguntamos para moradores e todos diziam que o prédio estava vazio. As pessoas deveriam ter avisado que estavam lá", disse.

De acordo com a Prefeitura, demolições na área são permitidas por meio de um dispositivo jurídico oficializado no decreto nº 57.697, publicado no Diário Oficial Cidade de São Paulo de sábado, 20.

O texto desapropria e declara como de "utilidade pública" três áreas da Cracolândia, que, somadas, totalizam 14.115 m².

Segundo o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini, o decreto é um "instrumento jurídico" que pode ser aplicado em regiões em que está comprovado "iminente perigo", de modo que as áreas agora passam a servir aos "interesses do Estado", que agora detêm a posse.

A princípio, no início da tarde desta terça-feira, 23, seria realizada a derrubada de dois imóveis, incluindo o da Alameda Bueno, no qual ocorreu o incidente, e outro no Largo Coração de Jesus, no qual seria mantida apenas a fachada, que é tombada. Segundo Pomini, ao menos dois quarteirões da Cracolândia serão completamente demolidos, com a indenização de seus proprietários em um prazo ainda indefinido.

O secretário de Serviços e Obras negou ter havido resistência de moradores em deixar a região, mas afirmou que novas medidas de segurança serão tomadas para evitar que o incidente desta terça-feira se repita.

"De agora em diante, vamos triplicar os cuidados. Assim que a pá tocou no muro, ouviu-se os gritos e o serviço foi paralisado", reitera.

O prefeito João Doria não participou da coletiva de imprensa.

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