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Estou aberto para aceitar ponto de vista da maioria, diz Renan sobre CPI

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiro, confirma divergências no grupo "G-7", no entanto, acredita em consenso; uma reunião está marcada para esta segunda-feira

Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 11h28.

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiro (MDB-AL), disse na manhã desta segunda-feira que o texto do relatório final “não é uma peça do relator”, mas sim da maioria do colegiado. Integrantes do grupo majoritário “G7” divergem sobre a intenção do relator Renan Calheiros (MDB-AL) de enquadrar o presidente Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio contra a população indígena durante a pandemia. A votação do relatório que estava prevista para esta terça-feira foi adiada.

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—- Essa investigação é coletiva, parlamentar e não pode ser individualizada. Eu estou aberto para aceitar o debate e o ponto de vista da maioria da comissão – afirmou Renan, ao chegar ao Senado, lamentando o vazamento do relatório: — O relatório vazou, eu lamento que tenha vazado, mas achei até bom o resultado porque antecipa publicamente um debate que era inevitável.

Mais cedo, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que não está convencido do indiciamento do presidente Jair Bolsonaro como genocida. Segundo ele, sem a mudança do calendário de votação, o relatório não seria aprovado. No entanto, ele acredita que o grupo do “G-7” chegará a um concesso.

A resistência em relação ao relatório foi exposta durante reunião fechada entre os membros da comissão na sexta-feira. A ala contrária é composta pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Aziz disse que soube do relatório pela imprensa. Indagado se o texto fosse votado amanhã seria aprovado, Aziz respondeu:

-— Pelo que eu li pela imprensa, não. (…) Há sim divergências, conversas entre nós, isso não tenha dúvida. Eu quero ser convencido pelo genocídio. E, não pense que eu quero passa por cima de alguém. Tem aí várias tipificações e, uma (tipificação) bem feita condena a pessoa da mesma forma — disse Aziz, em entrevista à GloboNews.

O presidente da CPI informou que haverá uma reunião nesta quarta-feira à tarde para discussão do relatório.

— No meu estado não houve genocídio de índios, não posso aqui porque quero fazer algo contra alguém. Temos que ter muito cuidado com o que vai aprovar, para que não caia no descrédito. Temos que chegar com relatório unificado — disse Aziz.

A CPI da Covid vai ouvir nesta segunda-feira depoimentos de sete vítimas diretas e indiretas da Covid-19.de cinco regiões do país. Inicialmente, estavam previstos os depoimentos de

Nelson Mussolini, integrante da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), e Elton da Silva Chaves, representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), mas foram adiados.

Entre os convidados que prestam depoimento nesta segunda, está Márcio Antônio, taxista que perdeu o filho Hugo Dutra do Nascimento Silva, aos 25 anos, vítima da Covid-19, no dia 18 de abril no Rio de Janeiro. Em abril de 2020, na praia de Copacabana, Silva recolocou as cruzes que lembravam as vítimas da doença, numa manifestação simbólica pelo combate à pandemia.

Também estarão presentes Antônio Carlos, da ONG Rio de Paz; a enfermeira de Manaus (AM) Mayra Pires Lima; Geovana Dulce, jovem de 19 anos, que perdeu a mãe; Kátia Shirlene Castilho dos Santos, que perdeu mãe e pai; a viúva Rosane Brandão e Jarquivaldo Bites Leite, que ficou com sequelas da doença.

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