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Estados mais populosos e ricos serão governados por alinhados a Bolsonaro

Bolsonaro contará com o apoio dos governantes dos três estados que concentram 40,1% da população e 52,1% do PIB do país

João Doria (João Doria/Facebook/Divulgação)

João Doria (João Doria/Facebook/Divulgação)

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EFE

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 22h36.

Última atualização em 29 de outubro de 2018 às 07h05.

Rio de Janeiro, 28 out (EFE).- São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os estados mais populosos e ricos do Brasil, serão governados por conservadores que manifestaram seu alinhamento com Jair Bolsonaro (PSL), que foi eleito presidente do país neste domingo no segundo turno ao derrotar Fernando Haddad (PT).

Apesar de, no geral, os partidos de esquerda terem sido os que mais conquistaram governos após a realização do segundo turno para definir os governadores de 14 dos 27 estados, Bolsonaro contará com o apoio dos governantes dos três estados que concentram 40,1% da população e 52,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O vencedor da disputa no segundo turno pelo governo de São Paulo foi o ex-prefeito de São Paulo e empresário João Doria (PSDB), enquanto o do Rio de Janeiro foi o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC) e o de Minas Gerais o empresário Romeu Zuma (Novo).

Os três, apesar de pertencerem a outros partidos, manifestaram seu alinhamento incondicional com o candidato do PSL e, mesmo não contando com uma manifestação concreta de apoio do presidente eleito durante a campanha, tentaram fundir sua imagem com a do polêmico deputado, o que lhes garantiu sucesso nas urnas.

Os três têm em comum com Bolsonaro o fato de serem liberais em economia e conservadores na política e, assim como o deputado, se apresentaram aos eleitores como alheios à política tradicional, novas alternativas e rivais do PT.

Enquanto os futuros governadores de Rio e Minas Gerais tiveram neste ano sua primeira experiência eleitoral, Doria já tinha vencido a prefeitura de São Paulo em 2016, quando era também um novato na política.

Adeptos já declarados do polêmico deputado também governarão os estados do Paraná (Ratinho Júnior), Acre (Gladson Cameli), Goiás (Ronaldo Caiado) e Mato Grosso (Mauro Mendes), todos escolhidos eleitos no primeiro turno de 7 de outubro.

O tsunami eleitoral liderado por Bolsonaro também permitiu que três dos seus correligionários no então minúsculo PSL fossem eleitos hoje governadores de Santa Catarina (Comandante Moisés), Roraima (Antônio Denarium) e Rondônia (Coronel Marcos Rocha).

O apoio nos estados mais ricos permite a Bolsonaro, que assumirá no dia 1º de janeiro junto com todos os governadores, ter um peso grande no mapa político do Brasil e contar com forças para buscar a governabilidade, mesmo sem apoio majoritário no Congresso.

Tal peso é garantido principalmente por São Paulo, o estado mais populoso do país com 45,5 milhões de habitantes e o mais rico, com uma participação de 32,4% no PIB; assim como Minas Gerais (21 milhões de habitantes e 8,7% do PIB) e Rio de Janeiro (17,2 milhões de habitantes e 11% do PIB).

Nos três, o ultradireitista, que causa controvérsia por sua defesa da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985 e por suas declarações de tom machista, racista e homofóbico, também obteve mais votos que Haddad.

Bolsonaro alcançou cerca de 55% dos votos no segundo turno, frente ao 45% de Haddad.

Apesar de ter conseguido que seu minúsculo partido, que nunca tinha conquistado um governo, comece 2019 à frente de três governos regionais, o ultradireitista enfrentará resistência em vários outros.

Principalmente nos nove conquistados pela esquerda, já que, aos quatro conseguidos pelo PT (Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte), se somam os três do PSB (Espírito Santo, Pernambuco e Paraíba), um do PDT (Amapá) e outro do PCdoB (Maranhão).

A esquerda será hegemônica no nordeste, a região mais pobre do país, mas a segunda mais populosa depois do sudeste.

O pêndulo dependerá da posição que adotarem os partidos que se disseram neutros, como o PSDB, que governará três estados, e o MDB, com outros três. EFE

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