Exame Logo

Estado de São Paulo já tem mais de 4 mil mortos por covid-19

Número equivale à população total de vários pequenos municípios do interior do estado

Trem em São Paulo: quarentena no estado é válida para os 645 municípios paulistas e só permite o funcionamento de serviços essenciais (Rodrigo Paiva/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de maio de 2020 às 14h59.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 15h19.

Epicentro do novo coronavírus no país, o estado de São Paulo ultrapassou os 4.000 mortos pela doença. De acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde nesta quarta-feira, 13, já são 4.118 mortos, 169 novos registrados em 24 horas. Esse número equivale à população de vários pequenos municípios do interior do estado.

É como se toda a população de Anhumas, que tem 4.115 habitantes, tivesse sido vitimada pela doença. Ou como se todos os moradores de Nova Luzitânia (4.101) tivessem morrido pela covid-19 .

Veja também

A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 87 2%. No estado, é de 68,3%. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, 3.702 pacientes estão internados em UTI e 5.950 em enfermarias.

Outro dado que preocupa as autoridades é a taxa de isolamento social, que continua abaixo de 50%. Nesta terça-feira, 12, a taxa registrada no estado foi de 47%. Com uma taxa inferior a 55%, o governo já admitiu que terá problemas para atender todos os pacientes. A meta é de 60% e o ideal seria ter um índice de 70%.

No segundo dia de vigência do novo rodízio de veículos na capital, a taxa de isolamento social na cidade de São Paulo já voltou aos níveis da semana passada. Na cidade, o índice foi de 48,4% nesta terça-feira, 13, mesmo índice da terça passada.

"Nosso entendimento é que tudo deve ser avaliado permanentemente", disse Doria, ao comentar o baixo índice diante do rodízio. Ele afirmou defender "mudanças, se necessário forem" para as medidas, e afirmou que o prefeito Bruno Covas (PSDB) já disse que "não tem compromisso com o erro." "Nossa relação de confiança segue mantida, intacta."

O prefeito havia confirmado a presença na coletiva em que Doria apresentou os dados, mas não compareceu. Nem a assessoria de Covas nem a de Doria informaram o motivo da ausência do prefeito.

Lockdown em São Paulo

Em entrevista coletiva para anúncio de medidas para conter o avanço da doença, Doria não descartou a possibilidade de lockdown.

"Não está descartado o lockdown na capital ou em outras cidades do estado de São Paulo. Neste momento, não há essa expectativa, mas é uma alternativa que pode ser aplicada se for recomendada pelo setor de saúde. Quem decide é o comitê de saúde e tem apenas a homologação do governador. Esperamos não ter circunstância de colapso, mas a administração de uma pandemia é algo novo e inédito em todos os lugares do mundo" afirmou.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e novo chefe do Centro de Contingência contra a covid-19, afirmou que existem critérios internacionais para a imposição de lockdown. Um deles é a taxa de ocupação dos leitos de UTI. "Quando ultrapassa 90%, liga-se a luz amarela", disse.

A segunda variável é a capacidade de um indivíduo transmitir o vírus para outros indivíduos. Quando a taxa é superior a um, significa que a pandemia está progredindo.

"A variável que a gente pode influenciar é a taxa de isolamento. Se a população entender que isso [ ficar em casa ] é importante, podemos ter um reflexo daqui 15 ou 20 dias e aí afastar de vez a possibilidade do tranca-rua", afirmou Dimas Tadeu Covas.

A quarentena em São Paulo é válida para os 645 municípios paulistas e só permite o funcionamento de serviços essenciais. "Com a quarentena, preservamos 25.000 vidas. Graças à ação de governadores e prefeitos, milhares de vidas serão salvas", disse Doria.

Nesta quarta-feira, 13, a gestão Doria anunciou a liberação de 30 milhões de reais para a abertura de 350 novos leitos na Baixada Santista, 50 deles de UTI. Esses leitos serão implementados nas cidades de Santos, Praia Grande e Itanhaém.

O vice-governador Rodrigo Garcia falou sobre as compras de respiradores, que levam em consideração a lógica principal do tempo de entrega. "Nós temos hoje três compras realizadas", disse. Segundo ele, uma compra foi feita no início da epidemia em uma fábrica nacional e deve ser entregue em breve. Outra, de 1.280 equipamentos, deve chegar até a primeira semana de junho. A terceira é de um lote de 1.000 respiradores. No total, serão 2.530 equipamentos desse tipo.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJoão Doria JúniorMortessao-pauloSaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame