Esfriamento do comércio em 2011 é inevitável
Medidas dos Banco Central vão contribuir para o freio do consumo
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 15h14.
São Paulo - O comércio brasileiro não vai repetir em 2011 o desempenho chinês do ano passado. Além da base de comparação ser bem alta, o que dificulta um expressivo crescimento, há várias medidas econômicas que tendem a esfriar a economia.
A primeira delas é o aperto monetário comandado pelo Banco Central. Além de aumentar o compulsório, deve elevar os juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). O caminho natural será de encarecimento do crédito e prazos menores.
Outro ponto importante é uma expansão mais modesta da renda. Em 2010, a imensa maioria dos trabalhadores com carteira assinada teve reajustes acima da inflação, ou seja, ganho real. Nesse ano, as negociações devem ser mais duras, a começar pelo salário mínimo, que, em principio, teria apenas a reposição da inflação (passando de R$ 510,00 para R$ 540,00).
Sabe-se, porém, que parlamentares da oposição e da base governista trabalham para dar uma turbinada nesse valor, mas, de qualquer forma, o baixo reajuste do mínimo deve impactar principalmente as famílias de baixa renda e os aposentados.
Finalmente, não se pode descartar uma ajuda do governo federal no combate à inflação. O ajuste fiscal, se realmente vier, também vai esfriar a atividade econômica. Aliás, a própria alta da inflação reduz o poder de compra da população.
São ingredientes para um inevitável crescimento menor do comércio em 2011, na casa de 5% - ainda assim, longe de ser ruim.
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