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Escolas de São Paulo inovam para formar leitores

Para que os estudantes descubram o prazer da leitura, escolas particulares de São Paulo estão desenvolvendo projetos para aproximar os jovens dos livros

Livros: o Colégio Santa Maria, montou um book truck (caminhão de livros) para que os alunos do ensino fundamental 2 tenham as obras sempre próximas (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2016 às 08h13.

São Paulo - Redes sociais, internet, jogos e televisão. Cada vez mais aumenta a lista de concorrentes dos livros pela atenção dos jovens.

Para que os estudantes descubram o prazer da leitura, escolas particulares de São Paulo estão desenvolvendo projetos para aproximar os jovens dos livros .

O Instituto Pró-Livro, associação de incentivo à leitura, publicou neste ano a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que mostrou que, conforme vão crescendo, as crianças deixam de indicar o "gosto" como motivação para a leitura.

Nas faixas etárias de 5 a 10 anos e de 11 a 13, o "gosto" é apontado como maior motivação por 40% e 42%, respectivamente, dos entrevistados.

Já nas faixas de 14 a 17 e de 18 a 24 anos, essa justificativa cai para 29% e 21%, respectivamente.

Para Zoara Failla, coordenadora do levantamento, a mudança de motivação para a leitura resulta de uma série de transformações na vida do jovem e, na maioria das vezes, não é acompanhada de ações que mostrem como ela pode ser prazerosa.

"O livro na infância é quase um brinquedo, é colorido, cheio de ilustrações e normalmente traz um contato da criança com os adultos. Depois, ele passa a representar uma obrigação que a criança tem na escola, justamente no momento em que descobre novos interesses."

Para evitar o distanciamento com o mundo da leitura, o Colégio Santa Maria, na zona sul da capital, montou neste ano um book truck (caminhão de livros) para que os alunos do ensino fundamental 2 (do 6.º ao 9.º ano) tenham as obras sempre próximas.

Os próprios estudantes passaram por treinamento, são bibliotecários voluntários do caminhão e têm como responsabilidade organizar os livros e indicá-los para colegas.

"Até o 6.º ano, os alunos frequentam muito a nossa biblioteca, mas quando ficam maiores e com outros interesses - celular, amizades, redes sociais - deixam de frequentá-la e passam a encará-la como um lugar burocrático. Nós queríamos mudar isso e os aproximar da leitura", afirma Marcia Rufino, orientadora do colégio.

Mateus Aranha, de 13 anos, é um dos que se voluntariou para o projeto. "É bom conhecer mais sobre diversos tipos de livro e indicar para amigos, principalmente para aqueles que dizem que não gostam de ler."

Sem preconceitos

Para incentivar os alunos a lerem livros e gêneros diferentes dos quais estão acostumados, o Colégio Marista, também na zona sul, fez em julho uma experiência com os alunos.

Antes de saírem de férias, os do fundamental 2 e do ensino médio foram convidados a levar um livro da biblioteca, mas não puderam escolher o título que levariam.

As obras foram embrulhadas em papel pardo e pistas foram espalhadas pela sala. Pela primeira pista que escolheram, os alunos chegavam ao título, sem saber qual era.

"Percebemos que eles só querem ler os best-sellers, os livros que estão em alta nas redes sociais e acham que o restante é chato. A ideia era incentivá-los a não julgar um livro pela capa e estar aberto a experiências literárias", explica Valéria Santos, bibliotecária do colégio.

No Colégio Humboldt, também na zona sul, autores de livros são convidados a conversar com os alunos sobre os livros que leram.

Segundo a professora de português Daniella Buttler, essa é uma forma de fazer com que os jovens fiquem mais motivados para a leitura.

"Eles se sentem mais comprometidos com a leitura, não porque vão ter uma prova ou atividade sobre o livro. Mas porque vão receber e conversar com quem o escreveu. Essa é uma forma de aproximá-los da leitura." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Instituto Pró-Livro, associação de incentivo à leitura, publicou neste ano a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que mostrou que, conforme vão crescendo, as crianças deixam de indicar o "gosto" como motivação para a leitura.

Nas faixas etárias de 5 a 10 anos e de 11 a 13, o "gosto" é apontado como maior motivação por 40% e 42%, respectivamente, dos entrevistados.

Já nas faixas de 14 a 17 e de 18 a 24 anos, essa justificativa cai para 29% e 21%, respectivamente.

Para Zoara Failla, coordenadora do levantamento, a mudança de motivação para a leitura resulta de uma série de transformações na vida do jovem e, na maioria das vezes, não é acompanhada de ações que mostrem como ela pode ser prazerosa.

"O livro na infância é quase um brinquedo, é colorido, cheio de ilustrações e normalmente traz um contato da criança com os adultos. Depois, ele passa a representar uma obrigação que a criança tem na escola, justamente no momento em que descobre novos interesses."

Para evitar o distanciamento com o mundo da leitura, o Colégio Santa Maria, na zona sul da capital, montou neste ano um book truck (caminhão de livros) para que os alunos do ensino fundamental 2 (do 6.º ao 9.º ano) tenham as obras sempre próximas.

Os próprios estudantes passaram por treinamento, são bibliotecários voluntários do caminhão e têm como responsabilidade organizar os livros e indicá-los para colegas.

"Até o 6.º ano, os alunos frequentam muito a nossa biblioteca, mas quando ficam maiores e com outros interesses - celular, amizades, redes sociais - deixam de frequentá-la e passam a encará-la como um lugar burocrático. Nós queríamos mudar isso e os aproximar da leitura", afirma Marcia Rufino, orientadora do colégio.

Mateus Aranha, de 13 anos, é um dos que se voluntariou para o projeto. "É bom conhecer mais sobre diversos tipos de livro e indicar para amigos, principalmente para aqueles que dizem que não gostam de ler."

Sem preconceitos

Para incentivar os alunos a lerem livros e gêneros diferentes dos quais estão acostumados, o Colégio Marista, também na zona sul, fez em julho uma experiência com os alunos.

Antes de saírem de férias, os do fundamental 2 e do ensino médio foram convidados a levar um livro da biblioteca, mas não puderam escolher o título que levariam.

As obras foram embrulhadas em papel pardo e pistas foram espalhadas pela sala. Pela primeira pista que escolheram, os alunos chegavam ao título, sem saber qual era.

"Percebemos que eles só querem ler os best-sellers, os livros que estão em alta nas redes sociais e acham que o restante é chato. A ideia era incentivá-los a não julgar um livro pela capa e estar aberto a experiências literárias", explica Valéria Santos, bibliotecária do colégio.

No Colégio Humboldt, também na zona sul, autores de livros são convidados a conversar com os alunos sobre os livros que leram.

Segundo a professora de português Daniella Buttler, essa é uma forma de fazer com que os jovens fiquem mais motivados para a leitura.

"Eles se sentem mais comprometidos com a leitura, não porque vão ter uma prova ou atividade sobre o livro. Mas porque vão receber e conversar com quem o escreveu. Essa é uma forma de aproximá-los da leitura." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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