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Enel diz que restabeleceu energia de quase todos os atingidos pelo apagão; 36 mil seguem sem luz

Presidente da empresa disse que contrato de concessão é cumprido, mas precisa ser modernizado para se adaptar às demandas causadas pelas mudanças climáticas

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 09h31.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 09h33.

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O presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou nesta quinta-feira, 17, que quase todos os afetados pelo apagão que começou na última sexta-feira, 11, tiveram a energia elétrica restabelecida.

Uma tempestade e vendaval recorde atingiu a capital e a região metropolitana de São Paulo, deixando mais de 3,1 milhões de pessoas sem energia elétrica.

Lencastre afirmou que 36 mil imóveis seguem sem energia, mas que esse número é muito próximo da operação normal da companhia, em dias sem eventos extremos.

"Neste momento, estamos com 36 mil clientes sem energia, isso significa uma operação muito próxima da normalidade do nosso negócio. Nós temos 8,2 milhões de clientes. Numa operação normal, oscila entre esse patamar de 36 mil ou pouco mais. Continuamos nossa força-tarefa mobilizada, atuando em campo. É possível que haja casos de clientes mais antigos e esses são os prioritários que vamos estabelecer agora", disse o executivo em entrevista coletiva.

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Comparação com o apagão de 2023

Ao comparar a crise atual com o apagão de novembro de 2023, o presidente da Enel argumentou que a concessionária teve uma resposta mais rápida para restaurar os danos causados pelas chuvas da semana passada. Lencastre exemplificou que 74% dos locais que tiveram a energia interrompida viram a luz retornar aos imóveis nas primeiras 24 horas após o temporal.

O presidente da concessionária destacou uma evolução na resposta a crises neste último ano, dizendo que 17 linhas de alta tensão e 11 subestações foram afetadas no último dia 11, além de 40% a mais de postes caídos em comparação com 2023. No momento, os 36 mil clientes que estão sem energia elétrica estão com o fornecimento interrompido por motivos não relacionados ao temporal.

Investimentos

Lencastre defendeu a preparação da Enel ao citar que, no ano passado, entre 300 e 320 mil árvores foram podadas e, em 2024, esse número já ultrapassa 400 mil.

Ao defender o plano de investimentos da empresa, o executivo explicou que, antes da Enel assumir a distribuição, a média de investimento anual era de R$ 800 milhões, e após a entrada da empresa italiana, esse valor cresceu para R$ 1,4 bilhão e será de R$ 2 bilhões nos próximos anos. O Lencastre afirmou que a empresa está cumprindo o contrato.

"Estamos cumprindo o contrato. Nosso contrato diz que precisa ser investimento prudente. Tenho regras claras do que eu posso e não posso fazer", disse o presidente da Enel. "O contrato precisa ser modernizado. Eles foram viabilizados há décadas, quando o cenário era completamente diferente. Os ventos que nos atingiram são recordes e maiores do que os ventos de décadas passadas. Essa intensidade tem atingido a rede". Ainda sobre o tema, o presidente seguiu: "Acreditamos que a modernização dos contratos será um caminho importante".

Adaptação às mudanças climáticas

Outro argumento utilizado pelo presidente da Enel foi a necessidade de adaptar o contrato de concessão às mudanças climáticas. Ele explicou que "eventos climáticos não estão previstos no contrato e precisa haver uma adaptação nesse sentido", apontando a necessidade de olhar a situação a longo prazo.

Lencastre também destacou que o país é abastecido majoritariamente por redes aéreas de fiação, e que o aterramento dos fios seria uma opção para lidar com as árvores próximas à fiação. No entanto, ele mencionou que essa mudança teria um custo dez vezes maior do que o sistema atual.

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