Marcos Valério: mais de 75 milhões de reais para abastecer esquema de corrupção do PT (Wikimedia Commons)
Talita Abrantes
Publicado em 20 de julho de 2012 às 15h25.
São Paulo – Os empréstimos falsos dos bancos Rural e BMG para o grupo do publicitário Marcos Valério e para o PT, que tinham o objetivo de encobrir o caixa dois do mensalão, foram de mais de 75 milhões de reais. È o que aponta documento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviado na quinta-feira para o Superior Tribunal Federal.
Os dados, obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, foram calculados com base nas informações dos 210 volumes do processo do mensalão no STF. Ao todo, os empréstimos fraudulentos somam 75.644.380,56 de reais.
Esse número é quase 25% maior do que a CPI dos Correios tinha apurado até hoje. Em 2005, conclui-se que os bancos teria oferecido empréstimos falsos de cerca de 55 milhões de reais para Valério. Outros 5,4 milhões de reais seriam para o Partido dos Trabalhadores.
Além disso, as investigações do procurador apontam que cerca de 20 milhões de reais vieram de contratos da Visanet, fundo criado por vários bancos para os cartões Visa. Detalhe: parte desse dinheiro é considerado público já que o Banco do Brasil tinha participação no grupo. Ainda não se sabe qual foi o destino desse dinheiro.
Acusações
Por conta das novas conclusões, Gurgel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de 36 réus da ação penal 470 pelos crimes cometidos durante o mensalão do PT. Nas alegações finais do procurador, Marcos Valério foi acusado de crimes de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Já José Dirceu, foi acusado de quadrilha e corrupção ativa.
Valério receberia pena máxima de 527 anos de prisão e Dirceu de 111 anos.