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Empresas investem mais em programas anticorrupção após Lava Jato

Executivos reconheceram que o esforço anticorrupção trouxe "forte pressão" para montar estruturas que garantam o cumprimento de regras

Corrupção: o principal impacto trazido pela Lava Jato foi cultural (Getty Images/Getty Images)

Corrupção: o principal impacto trazido pela Lava Jato foi cultural (Getty Images/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de outubro de 2017 às 19h52.

O combate à corrupção pelas autoridades e o contexto da Operação Lava Jato está motivando empresas a reforçar seus programas de compliance, conjunto de condutas para garantir a conformidade da instituição com leis e regulamentos externos e internos.

Esse é um dos resultados de pesquisa realizada pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) com 130 executivos de empresas de variados portes e segmentos, no mês de agosto.

Para 59% dos entrevistados, a Lava Jato e operações anticorrupção recentes levaram as empresas a aumentar investimentos em compliance.

Ao todo, 46% reconheceram que o esforço anticorrupção trouxe "forte pressão" para montar estruturas que garantam o cumprimento de regras e limitem os riscos de gestão, enquanto 13% admitiram a pressão, mas com "diminuição de ritmo neste ano".

A pesquisa concluiu que o principal impacto trazido pela Lava Jato foi cultural, com maior interesse dos executivos e colaboradores em geral pelo tema, segundo avaliação de 49% dos entrevistados.

Para os executivos, outro efeito importante ocorreu no âmbito decisório, que resultou em maior envolvimento da área de compliance nas tomadas de decisões e ações estratégicas (29%), e no aspecto processual, com o desenvolvimento de novas políticas e práticas de integridade (22%).

Sobre os riscos de negócio, o principal foco de monitoramento da empresa é a gestão de parceiros, fornecedores e outros terceiros, de acordo com 44%.

A preocupação com fraude, corrupção e lavagem de dinheiro veio em seguida, conforme 33% dos entrevistados.

Também foram registradas preocupações com adequação aos ambientes regulatórios, tributário e trabalhista (13%), e aspectos concorrenciais relativos ao controle de informação privilegiada e conflitos de interesse (11%).

A maioria das empresas (82%) disse que as estruturas de compliance têm autonomia e recursos necessários para executar suas funções.

Quanto à existência de programas de compliance, 45% deles estão em desenvolvimento, com 29% deles maduros e em pleno funcionamento.

Em contrapartida, 26% dos executivos responderam que os programas de compliance em suas empresas contam com infraestrutura mínima ou inexistente.

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