Empresas de ônibus de SP dizem que greve é "inoportuna" e que negociações não foram encerradas
Os trabalhadores pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 4 de junho de 2024 às 11h35.
Última atualização em 4 de junho de 2024 às 16h43.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) classificou como "totalmente inoportuna" a greve aprovada pelos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo para a próxima sexta-feira, 7.
A entidade patronal afirmou que as negociações com os trabalhadores ainda não foram encerradas. A SPUrbanuss não indicou ainda se vai entrar na Justiça para garantir o funcionamento do serviço de ônibus nos horários de pico.
"As negociações entre o sindicato patronal e o sindicato dos operadores ainda não foram encerradas. Assim, é totalmente inoportuna qualquer decisão sobre paralisação da operação do transporte de passageiros, um serviço essencial e estratégico, que pode causar sérios prejuízos à mobilidade dos paulistanos", disse o sindicato em nota enviada à EXAME.
Os trabalhadores pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, índice calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
As empresas ofereceram 2,77% e composição pelo Salariômetro de setembro.
A greve será de 24 horas, começando à 0h de sexta-feira até às 23h59, e deve afetar as 38 garagens espalhadas pela cidade. O presidente do Sindimotoristas, Edvaldo Santiago da Silva, afirmou que a categoria vai cumprir qualquer ordem judicial que determine a circulação parcial da frota em horários de pico.
Prefeitura afirma frota mínima deve ser mantida em horários de pico
Em posicionamento enviado à EXAME, a gestão de Ricardo Nunes (MDB) disse que defende o direito à livre manifestação democrática desde que a legislação seja rigorosamente cumprida, com aviso prévio de 72 horas antes da paralisação e manutenção de uma frota mínima em horários de pico para reduzir o impacto junto à população.
"O município reforça a necessidade de atendimento aos 7 milhões de passageiros dos ônibus para que não sejam prejudicados e informa que o efetivo da GCM estará de prontidão para eventuais ocorrências", escreveu.
A administração municipal afirmou ainda que pode apenas acompanhar as negociações, e espera que as partes cheguem a um acordo.
"Em relação às motivações dos trabalhadores, cabe à Prefeitura apenas acompanhar a negociação entre as partes. A administração municipal espera que os representantes da categoria e dos empresários encontrem um ponto em comum na campanha salarial sem prejuízo aos passageiros", concluiu.