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Empresas citadas na Lava Jato doaram R$ 24,3 mi a candidatos

Quatro empresas que já tiveram ou mantêm contratos com a Petrobras fizeram contribuições no primeiro mês de campanha


	Suspeita é de que algumas empresas teriam abastecido esquema de desvio de recursos da Petrobrás montado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa
 (Antonio Cruz/ABr)

Suspeita é de que algumas empresas teriam abastecido esquema de desvio de recursos da Petrobrás montado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 07h58.

Brasília - As empresas citadas ou envolvidas durante as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, doaram R$ 24,3 milhões a candidatos e partidos políticos, segundo levantamento feito pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

A primeira prestação de contas, divulgada na semana passada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que quatro empresas que já tiveram ou mantêm contratos com a Petrobras fizeram contribuições no primeiro mês de campanha.

Nenhuma doou para as campanhas dos titulares da CPI mista da Petrobras que disputam cargos eletivos.

No fim de maio, o jornal revelou a existência de um acordo entre integrantes da base aliada e da oposição para blindar os fornecedores da Petrobras de serem alvo de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico.

A suspeita é de que algumas empresas, incluindo as maiores empreiteiras do país, teriam abastecido ilegalmente um esquema de desvio de recursos da Petrobrás montado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, presos pela operação da PF.

O acórdão da CPI mista foi materializado em 16 de julho, quando nenhuma delas teve seus sigilos quebrados em sessão de votação de requerimentos. O receio dos parlamentares era o de que, se as investigações da comissão contra as empresas fossem aprofundadas, elas se recusariam a tornar-se doadoras de campanhas.

Segundo o levantamento no site do TSE, o maior contribuinte individual foi a OAS Construtora, com R$ 12,1 milhões. A investigação da PF identificou que a construtora fez pagamentos à MO Consultoria, empresa que teve seu sigilo quebrado pela CPI mista e que seria firma de fachada do doleiro Youssef.

Anotações

A UTC Engenharia, que deu R$ 10,1 milhões a campanhas, e a Engevix, R$ 50 mil, foram mencionadas no caso pois o nome delas aparece no caderno de Paulo Roberto Costa. A Toyo Setal Empreendimentos fez uma única doação, de R$ 2 milhões. Planilha apreendida na Lava Jato sugeriria que o ex-diretor da estatal negociou com a Toyo e outras empresas doações eleitorais.

Nenhum dos 20 titulares da CPI mista que vão concorrer a cargos eletivos recebeu doações das empresas citadas ou envolvidas na operação da PF. Tampouco há repasses de atuais e ex-fornecedores da estatal.

Segundo o TSE, os 14 deputados e os 6 senadores membros da CPI e candidatos já receberam em contribuições cerca de R$ 2,2 milhões ao todo.

O levantamento feito pelo jornal a partir da base de dados do TSE circunscreveu-se às doações feitas diretamente às campanhas dos candidatos. Há empresas que deram contribuições a direções partidárias. É o caso da Andrade Gutierrez - também mencionada no caderno de Costa. Embora não tenha doado diretamente a comitês de candidatos, ela repassou R$ 9 milhões a direções partidárias.

Em nota, a assessoria de imprensa da Andrade Gutierrez informou que todas as suas doações de campanha são feitas de acordo com a legislação eleitoral do país e que a empresa não é investigada pela Operação Lava Jato. "Nossos critérios para as doações são baseados em representatividade política."

Questionada sobre as investigações da PF, a assessoria de comunicação da OAS disse apenas que "todas as doações eleitorais realizadas pela empresa são feitas nas formas previstas em lei".

A UTC informou, por meio da assessoria de imprensa, que não se pronunciará e a Engevix afirmou que "todas as suas doações a partidos políticos são públicas e nos termos da legislação". Na sexta-feira, a reportagem tentou contato com a Toyo Setal por telefone, mas ninguém atendeu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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