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Em viagem ao Sul, Bolsonaro elogia Médici e mostra caixa de cloroquina

Presidente tem creditado sua cura da covid-19 ao medicamento, que não tem eficácia comprovada

Jair Bolsonaro: sua chegada em Bagé provocou aglomerações em frente ao aeroporto da cidade e na escola onde foi recebido (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2020 às 15h01.

Última atualização em 31 de julho de 2020 às 16h04.

Em visita a Bagé, no Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para elogiar Emílio Médici, terceiro presidente da ditadura militar, e seu combate aos militantes contrários ao governo, e repetiu que o Brasil não quer se transformar na Venezuela, como estaria fazendo "outro país", numa provável alusão à Argentina.

Bolsonaro chegou no final da manhã a Bagé e seu primeiro evento foi a visita a uma escola cívico-militar, a primeira do Rio Grande do Sul. Depois de descerrar uma placa e ouvir um poema gaúcho, fez uma pequena fala.

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"E é daqui o Médici também. O homem que pegou o Brasil em um dos momentos mais difíceis, quando alguns lutavam para tomar o poder a qualquer preço. Não conseguiram, vencemos aquela etapa", disse, elogiando o general que comandou um dos períodos mais repressores da ditadura militar no Brasil e que nasceu em Bagé.

Bolsonaro disse ainda não acreditar que o país possa voltar a momentos como os da ditadura militar porque onde "eles tiveram sucesso o povo perdeu", referindo-se aos militantes de esquerda.

"Não podemos esquecer o que aconteceu porque não queremos nos transformar no que a nossa Venezuela é e que parece que outro país está indo para o mesmo caminho", disse, sem citar a Argentina, a quem diz frequentemente que está no caminho de se tornar uma Venezuela desde a eleição à Presidência do país de Alberto Fernández, que formou com a ex-presidente Cristina Kirchner uma chapa de esquerda que saiu vitoriosa no ano passado.

A chegada de Bolsonaro em Bagé provocou aglomerações em frente ao aeroporto da cidade e na escola onde foi recebido. Ao sair do aeroporto, o presidente mostrou uma caixa de cloroquina à população que o esperava. O presidente tem creditado sua cura da covid-19 ao medicamento, que não tem eficácia comprovada.

Bolsonaro ficou três semanas em isolamento por causa da doença. Na noite de quinta, admitiu, em live, que está com uma infecção no pulmão e tomando antibióticos.

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