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Em reunião com Lula, STF pede atenção especial ao meio ambiente e trabalhadores de aplicativos

O petista se reuniu com a presidente do Supremo, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes

Lula chegou ao STF pouco antes das 16h, cercado do entourage montado para a transição (Rodrigo Paiva/Getty Images)

Lula chegou ao STF pouco antes das 16h, cercado do entourage montado para a transição (Rodrigo Paiva/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 10h24.

Nos cinquenta minutos em que se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal na tarde desta quarta-feira, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ouviu dos magistrados preocupações sobre temas como meio ambiente, educação, segurança pública e direitos trabalhistas. Em praticamente todos os temas levantados, segundo relatos de pessoas presentes, o petista respondia o mesmo: que terá um "trabalho imenso" ao lado de seu vice, Geraldo Alckmin, também presente.

Lula chegou ao STF pouco antes das 16h, cercado do entourage montado para a transição, e recebido por uma plateia de funcionários da Corte, estudantes e até parlamentares que esperavam do lado de fora do prédio principal do tribunal. O petista se reuniu com a presidente do Supremo, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. O único ausente foi Luís Roberto Barroso, que está fora do país.

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O GLOBO apurou que na conversa, regada a água e café, Lula ouviu atentamente às falas dos ministros, e evitou questionamentos sobre processos em andamento na Corte.

Rosa Weber e Cármen Lúcia falaram sobre a importância do cuidado com o meio ambiente e educação, enquanto Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes mencionaram a pauta da segurança pública. Nunes Marques, primeiro indicado de Jair Bolsonaro ao Supremo, expressou uma preocupação com os motoristas de aplicativo que não têm carteira assinada e, portanto, ficam em uma frágil situação previdenciária.

De acordo com relatos feitos à reportagem, o assunto teve especial entusiasmo de Lula, para quem a questão dos trabalhadores autônomos "é um problema que será preciso enfrentar".

Segundo um ministro do STF ouvido reservadamente, quando o tópico do debate passou a ser os ataques do governo atual à Corte, Lula lembrou que terá dois nomes para indicar ao tribunal. E garantiu que as duas nomeações seguirão critérios "técnicos". Ainda de acordo com relatos feitos por um outro ministro do Supremo, Mendonça e Nunes Marques ouviram calados as inúmeras críticas feitas ao governo Bolsonaro.

Já no final do encontro, Lula, Alckmin, Rosa, e o senador eleito pelo Maranhão Flávio Dino, fizeram uma visita à galeria dos ex-presidentes do STF. Ao olharem as fotos, o assunto foi a ausência de mulheres e negros na Corte. Até hoje, a Corte teve apenas três ministras e um ministro negro, Joaquim Barbosa, hoje aposentado.

A última visita de Lula ao STF ocorreu em 2016, quando já era ex-presidente, na posse da ministra Cármen Lúcia como presidente. Desde então, o ex-presidente não havia mais voltado à Corte.

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