Michel Temer: o canal de notícias salienta que Temer tem estado sob crescente pressão para renunciar (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de maio de 2017 às 13h39.
Londres - A rede de televisão CNBC entrevistou na manhã desta segunda-feira, 22, o diretor de pesquisa macro da América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, que está baseado em Londres, sobre a situação do presidente do Brasil, Michel Temer, que está no centro da mais nova crise política doméstica.
"Poucas pessoas acreditam que ele vai ficar até o fim de seu mandato no final de 2018", disse, acrescentando que há uma chance de "100%" de ele sair antes do fim do seu mandato. O Broadcast já havia entrevistado Casarin na manhã do dia 18, antes de os mercados brasileiros se tornarem um caos e serem suspensos, com esse prognóstico.
O canal de notícias salienta que Temer tem estado sob crescente pressão para renunciar desde que novas denúncias de corrupção surgiram na semana passada e que manifestantes tomaram as ruas durante o fim de semana. Além disso, mencionou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) votou para apoiar o impeachment do presidente.
"Ele obviamente vai negar os fatos, mas as gravações são bastante conclusivas e elas foram tornados públicos na noite de quinta-feira e sexta-feira e eu acho que todo mundo teve tempo suficiente para digerir a notícia", disse Casarin à tevê. A CNBC lembra que Temer assumiu o comando da Presidência do Brasil após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O canal trouxe ainda que a nova turbulência política no Brasil reduziu os preços dos ativos na semana passada, com as estatais de petróleo, Petrobras, e do Banco do Brasil sendo as mais atingidas. Casarin avaliou, no entanto, que os escândalos políticos não significam falta de oportunidades para os investidores.
"Isso abre oportunidades para os investidores porque os ativos brasileiros passaram por um rali maciço desde o início do ano, praticamente desde a eleição de Trump (...) esses ativos são substancialmente mais baratos agora", observou citando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eleito no fim do ano passado.