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Em depoimento à Polícia Federal, Bumlai nega repasses ao PT

Empresário negou que os valores oriundos de um empréstimo do Banco Schahin tenham sido repassados ao partido


	José Carlos Bumlai: empresário é acusado pelo MPF de usar contratos com a Petrobras para quitar um empréstimo com o Banco Schahin
 (Ueslei Marcelino/ Reuters)

José Carlos Bumlai: empresário é acusado pelo MPF de usar contratos com a Petrobras para quitar um empréstimo com o Banco Schahin (Ueslei Marcelino/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 15h41.

Brasília - Em depoimento prestado ontem (30) à Polícia Federal, o empresário José Carlos Bumlai, preso semana passada na 21ª fase da Operação Lava Jato, disse que valores repassados a ele pelo investigado Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, eram de um empréstimo contraído como o lobista para pagar funcionários de suas empresas. 

Bumlai também negou que os valores oriundos de um empréstimo do Banco Schahin tenham sido repassados ao PT.

José Carlos Bumlai é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de usar contratos firmados com a Petrobras para quitar um empréstimo com o Banco Schahin. 

Com base em depoimentos de delação premiada, a acusação entendeu que o empréstimo inicial de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Os procuradores apuram se Bumlai recebeu os valores de Fernando Baiano como parte de comissão pela suposta atuação na estatal.

No depoimento, Bumlai declarou que o empréstimo, contraído em 2004, era para comprar uma fazenda e não se destinava ao PT. Ele informou aos investigadores que deu um imóvel como garantia ao banco.

O empresário não soube explicar porque o empréstimo foi quitado um dia antes da assinatura do contrato entre a Petrobras e a Schahin para operação do navio-sonda.

Sobre o investigado Fernando Baiano, Bumlai informou que não se recorda se o investigado, que assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público, pediu que ele intercedesse junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para manter o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

De acordo com as investigações da Lava Jato, Cerveró e Baiano autuavam juntos nos desvios na diretoria da estatal.

O empresário disse ainda que nunca discutiu assuntos relacionados com a Operação Lava Jato com o ex-presidente Lula.

Durante o depoimento Bumlai afirmou “que é amigo do ex-presidente, assim como de tantos outros; que ele nunca viajou em sua aeronave, nunca mais esteve em quaisquer de suas fazendas e tampouco esteve em algum de seus apartamentos no Rio de Janeiro”.

Bumlai está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Hoje (1º) à tarde, por conta de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, Bumlai ficou em silêncio em depoimento à Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) do BNDES.

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