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Em conversa com senadores, Aécio admite que pediu ajuda a Joesley

Senador afastado não negou ter procurado o dono da marca JBS para tentar levantar recursos para pagar os advogados

Aécio Neves: tucano conversou por celular, em viva voz, com integrantes da bancada que se reuniram apreensivos para ouvi-lo (Geraldo Magela/Agência Senado)

Aécio Neves: tucano conversou por celular, em viva voz, com integrantes da bancada que se reuniram apreensivos para ouvi-lo (Geraldo Magela/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 14h43.

Brasília - Em conversa com integrantes da bancada do PSDB do Senado logo após virem a público as denúncias do dono da JBS, Joesley Batista, o presidente do partido, senador Aécio Neves (PSDB-MG), falou sobre o caso.

Ele não negou ter procurado o dono da marca JBS para tentar levantar recursos para pagar os advogados, que atuam em sua defesa na Lava Jato, mas insistiu na tese de que foi um pedido de caráter pessoal. O valor negociado, segundo informou o jornal "O Globo" seria de R$ 2 milhões.

Preocupados com o impacto sobre a legenda das acusações, integrantes da bancada do PSDB do Senado procuraram Aécio ainda na noite desta quarta-feira, 17, mas ele já havia deixado a Casa, logo após a divulgação das informações pela imprensa.

O tucano conversou por celular, em viva voz, com integrantes da bancada que se reuniram apreensivos para ouvi-lo.

"Ele nos disse que tinha um relacionamento de contato frequente com Joesley Batista. Então, Aécio disse claramente que foi ao Batista consultá-lo sobre o interesse dele na compra de um imóvel, que pertence à mãe do Aécio. Ele não nega a conversa nem a intenção da conversa, de pedir uma ajuda ao Batista, sobre essa questão de viabilizar condições para pagar advogados", afirmou o líder do PSDB no Senado.

"Ele ofereceu o imóvel, mas Batista não quis. Então, ele acabou aceitando uma ajuda. Não falou claramente se era empréstimo, se era ajuda. Não sei. Mas ele garante que não comentou sobre favores, benefícios sobre qualquer tipo de questão institucional", emendou Bauer.

O líder se reuniu na manhã desta quinta-feira com integrantes da bancada para discutir o atual cenário após o pedido de prisão feito pela Procuradoria Geral da República contra Aécio.

"Temos um problema dentro do partido. Não vamos fugir, nem nos esconder de nenhuma questão e providência. Vamos discutir o problema do Aécio, do Temer. Vai ser uma reunião para tratar da gravidade do momento", ressaltou Bauer. Segundo ele, antes de qualquer decisão institucional, a cúpula do PSDB irá ouvir novamente Aécio sobre as acusações.

"O presidente do partido, quando é acusado, investigado, claro que tem consequências internas. O PSDB é um partido muito grande. Vamos avaliar agora todos os fatos. Mas não podemos punir quem quer que seja sem que antes a pessoa tenha oportunidade de se defender", considerou o líder.

"A partir do momento que tomarmos conhecimento do teor das gravações, tendo a confirmação que realmente houve conversa de amigos fica caracterizada uma situação em que o crime em si não se configura. Agora, se houver alguma evidência de crime o Aécio vai ter que responder pelos seus atos", concluiu. Advogados do senador Aécio Neves se reúnem desde o início da manhã na residência do tucano em Brasília.

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