Brasil

Em campanha no rádio, Lula diz que vai "reconstruir o país"

Em sessão que terminou na madrugada de hoje (1º), o TSE rejeitou o registro da candidatura de Lula

Lula: Lula está preso em Curitiba desde abril (Lula/Facebook/Divulgação)

Lula: Lula está preso em Curitiba desde abril (Lula/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 09h55.

Última atualização em 1 de setembro de 2018 às 09h57.

Os candidatos a presidente da República iniciaram neste sábado (1º) suas participações na propaganda eleitoral de rádio e televisão. A campanha do rádio foi veiculada às 7 horas.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o Partido dos Trabalhadores (PT) dedicou seu espaço a exaltar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "agradeceu ao povo que vai e continua indo à rua para defender sua aposentadoria e seu emprego".

"Já provamos que é possível o Brasil ser melhor. Só tem um jeito: votar e inserir o povo na economia, com emprego, financiamento e crédito. Juntos seremos capazes de reconstruir o País", disse o ex-presidente.

A propaganda do PT iniciou sua exposição afirmando que as Nações Unidas já tinham decidido "que Lula pode ser candidato e presidente do Brasil".

"Ele pode sim, em Curitiba o povo não arreda pé e não abandona Lula nem um minuto", afirma a locução. Lula está preso em Curitiba desde abril.

"Todas as pesquisas de opinião dão Lula em primeiro lugar, ele foi acusado injustamente e estamos aqui para garantir Lula dia 7 de outubro na corrida presidencial", afirmou, na propaganda, o candidato a vice-presidente na chapa, Fernando Haddad.

Em sessão que terminou na madrugada de hoje (1º), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o registro da candidatura de Lula, mas autorizou a veiculação do programa presidencial do PT no horário eleitoral, desde que não haja a aparição do ex-presidente como candidato. Porém, dado o adiantado da hora em que a decisão foi tomada, já não seria possível mudar as inserções programadas para a manhã deste sábado no rádio, mas sim o programa eleitoral da tarde na televisão.

Com o maior tempo de exposição, 5,32 minutos, a coligação formada pelos partidos PTB, PP, PR, DEM, SD, PPS, PRB, PSD e PSDB, que tem como candidato o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, fez críticas ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que, nas simulações de cenário sem a presença de Lula nas pesquisas, lidera as intenções de voto. O locutor da campanha afirma que, em sua entrevista nesta semana no Jornal Nacional, da TV Globo, Bolsonaro admitiu que votou contra o direito das domésticas. "E ainda se orgulha!!", diz o locutor, que, na sequência, questiona: "Bolsonaro, o que você tem contra pobre?".

Ainda com relação a Bolsonaro, a propaganda do PSDB afirma que "as coisas não se resolvem na bala" e que "agir com ódio" não é a melhor solução. "Votar na base do ódio não dá certo, não é melhor votar em alguém mais equilibrado?", diz o locutor.

Em sua propaganda, que tem apenas 8 segundos, Bolsonaro focou no slogan de sua campanha. "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", declarou rapidamente o candidato, penúltimo na ordem de disposição das campanhas no rádio.

O horário eleitoral no rádio foi iniciado por Marina Silva (Rede Sustentabilidade) que, também com tempo de exposição exíguo, exaltou as mulheres. "Juntas somos fortes. Essa luta é nossa", afirma a candidata. Também com rápida participação, o candidato Cabo Daciolo (Patriota) priorizou a questão da corrupção. "Glória a Deus! Chega de escravidão, chega de corrupção."

O candidato do MDB, Henrique Meirelles, destacou sua experiência em governos anteriores como a qualidade necessária para "salvar o Brasil em momentos difíceis". "Sempre sou chamado para resolver os problemas que os políticos não sabiam como resolver. Lula me chamou, o Brasil estava em crise, criamos dez milhões de empregos e programas importantes", disse o ex-ministro da Fazenda. "Veio a Dilma, errou feio na economia e o novo governo (Temer) me chamou para arrumar a casa e evitar o colapso. Quero ser presidente para fazer as coisas certas desde o começo", emendou.

Ressaltou ainda que "o mundo não se divide entre quem gosta e não gosta de Lula e FHC e sim em quem ajuda ou não ajuda", acrescentando que nunca teve "processo na vida".

O mote de regularizar a situação financeira da população foi o destaque da breve participação do candidato do PDT, Ciro Gomes, na propaganda de rádio, assim como o desemprego. "Temos 13 milhões de desempregados, 32 milhões de pessoas vivendo de bico e 63 milhões no SPC. Podemos mudar esse jogo", declarou. "Tenho pouco tempo de TV, mas muitas ideias para mudar o Brasil."

O programa do PSOL, do candidato Guilherme Boulos, criticou a emenda do teto dos gastos. "Vamos quebrar esse sistema", diz a locução do programa. Já o PSTU, da candidata Vera Lúcia, afirmou que "as eleições são uma farsa". João Amoêdo (Novo) afirmou que "se depender de mim, essa é a última eleição com propaganda eleitoral obrigatória". João Goulart Filho (PPL) prometeu "recuperar o desenvolvimento e o orgulho de ser brasileiro".

O candidato do Podemos, Álvaro Dias, em alusão à situação de Lula, disse que "tem gente viajando a Curitiba, minha cidade, para visitar a pessoa errada". "Fui a Curitiba para homenagear a instituição certa, a Polícia Federal. Abre o olho!, afirma Dias.

No espaço reservado para a Democracia Cristã, não houve participação direta do candidato José Maria Eymael.

Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesEleições 2018Geraldo AlckminJair BolsonaroLuiz Inácio Lula da SilvaPublicidadeTSE

Mais de Brasil

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi