Em ato falho, Bolsonaro diz que é "vítima daquilo que prega"
Presidenciável se defendeu da responsabilidade sobre as agressões supostamente praticadas pelos seus eleitores
Janaína Ribeiro
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 22h31.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 22h35.
Na noite desta quinta-feira, 11, ocandidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) concedeu entrevista à rádio CBN e entre os assuntos debatidos com os jornalistas, se defendeu da responsabilidade sobre as agressões supostamente praticadas pelos seus eleitores aos não simpatizantes do seu possível governo. Em ato falho, o candidato disse: "sou vítima daquilo que prego".
"São 48 milhões de pessoas que votaram em mim. Você quer que eu me responsabilize por elas? Eu lamento, mas quem levou a facada fui eu", afirmou. "Sou vítima do que eu prego. Lamento e gostaria que não houvesse [os ataques], mas não posso me responsabilizar".
Em outras entrevistas concedidas a diferentes veículos após o atentado que sofreu em Minas Gerais, por diversas vezes o presidenciável afirmou ser "vítima daquilo que combate" - diferente da declaração dada hoje.
Bolsonaro também afirmou que existe a possibilidade de não ir aos próximos debates mesmo com liberação médica por uma questão de "estratégia eleitoral", justificando que não existe diferença entre falar com Haddad e um "ventríloquo".
"Você vai debater com uma pessoa que não é ela, mas sim com alguém que está num presídio [em referência ao ex-presidente Lula].
Ainda em entrevista, Bolsonaro disse estar satisfeito com o resultado do primeiro turno já que segundo ele, não teve tempo de TV, nem fundo partidário e ainda enfrentou muitas fake news .