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Economia de água em SP abasteceria 1 milhão por dia

Apesar da política de incentivo, nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo, continua baixo

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 09h06.

São Paulo - Um mês após o início da política de incentivo à redução de consumo de água na Grande São Paulo, foi possível economizar, em média, 1.985 litros por segundo - o equivalente a 14 banhos de 15 minutos. Apesar disso, e da chuva que voltou à capital, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira - que abastece 47% da Grande São Paulo - continua baixo. Ontem, o índice foi de 16,4% para 16,2%.

De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a economia aumentou desde que foi implementado o bônus. Na primeira semana, houve redução de 500 litros/segundo. Na segunda semana, foi de 2.120 litros/segundo. Já na terceira e quarta semanas, o alívio chegou a 2.320 e 3 mil litros por segundo, respectivamente.

Considerando a média diária de consumo por pessoa na região, que é de 161 litros, a cada dia seria possível abastecer cerca de 1,065 milhão de pessoas com a economia obtida de 1.985 litros/segundo. Isso representa 12,1% das cerca de 8,8 milhões de pessoas na capital paulista que dependem do Sistema Cantareira. Se o consumo diário por pessoa passasse a ser o proposto pela Sabesp, que é de 128 litros, essa economia atual equivaleria ao abastecimento de 1,3 milhão de pessoas.

Cantareira

Apesar do avanço, as preocupações com o nível dos reservatórios aumenta a cada dia. Segundo a Sabesp, o índice pluviométrico acumulado em março na Cantareira é de 39,3 milímetros até agora. Para o mês, a média histórica de chuvas é de 184,1 milímetros.


Já em fevereiro choveu somente 73 milímetros, ante uma média histórica de 202,6 milímetros de chuva prevista para o mês. Em janeiro, choveu 87,8 mm, quando a média do mês é de 259,9 mm.

O sistema atingiu neste ano seu pior quadro para os meses de janeiro e fevereiro desde que foi construído, em 1974. O nível dos reservatórios registrou quedas durante quase todo o verão, a época mais chuvosa - em que as represas deveriam estar sendo recarregadas para garantir o fornecimento de água na estiagem, que começa no próximo mês.

Desde dezembro só houve um dia em que se registrou aumento no nível de abastecimento do sistema. De 28 de fevereiro para 1.º de março (sábado), o volume de água passou de 16,4% para 16,6% e voltou ao patamar observado no dia 27, conforme as informações do portal da Sabesp. Também só houve um dia em que o nível ficou estável, em 17 de fevereiro, com 18,5% da capacidade.

E não é só no Sistema Cantareira que há registro de quedas. No Sistema Alto Tietê, que abastece a zona leste e alguns municípios da Grande São Paulo, o nível de armazenamento passou de 38,6% para 38,4%. A pluviometria acumulada no mês chegou a um total de 28,4 milímetros, enquanto a média histórica de chuvas para o sistema é de 175,4 milímetros.

Previsão

Uma nova frente fria avança sobre o Sul do Brasil e a partir desta quarta-feira, 5, deve estimular o aumento da instabilidade sobre São Paulo. Nos próximos 15 dias poderá chover pelo menos metade da média normal de chuva para março, segundo os mapas de previsão da empresa Climatempo. A maioria das áreas paulistas deve receber de 100 a 200 milímetros de precipitação nesse período. No entanto, há dúvidas se será possível afastar o risco de racionamento.

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