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É melhor fim do sigilo de delações da Odebrecht, diz procurador

Ele afirmou, nesta quinta-feira, 9, que o fim do sigilo não é o ideal para as investigações, mas considera importante para o país

Odebrecht: "talvez seja até melhor levantar o sigilo para todos nós sabermos quais são os fatos revelados", comentou o procurador (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Odebrecht: "talvez seja até melhor levantar o sigilo para todos nós sabermos quais são os fatos revelados", comentou o procurador (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 14h30.

São Paulo - O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal, avalia que a abertura do sigilo das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht "talvez seja melhor".

Ele afirmou, nesta quinta-feira, 9, que o fim do sigilo não é o ideal para as investigações, porque possibilitam a destruição de provas, mas mesmo assim considera que a abertura das dados "é melhor para que toda a sociedade saiba o que foi citado".

"Talvez seja até melhor levantar o sigilo para todos nós sabermos quais são os fatos revelados", comentou o procurador, que participou de um debate em São Paulo sobre o pacote anticorrupção na Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).

O procurador também mandou um recado aos políticos, ao falar da colaboração da empreiteira, dizendo que muitos reagem de forma excessiva mesmo não sabendo se estão citados nas colaborações da Odebrecht.

"Há muitos políticos que não sabem se estão na lista e estão reagindo excessivamente, pode ser que eles não estejam lá, podem estar agindo a mando de interesse de outros políticos", disse.

Ele destacou que a abertura do sigilo é "uma opinião" e que tal decisão cabe ao Supremo Tribunal Federal, instância que detém atribuição constitucional de investigar políticos com foro privilegiado.

Durante o debate, Santos Lima falou que a colaboração premiada se tornou a principal técnica de investigação no Pais. "Não é totalmente moral, entretanto é eficaz e funciona, nós precisamos ter soluções que funcionem", disse.

Ele afirmou que não é totalmente moral fazer acordo de colaboração com criminosos, mas que a prática traz resultados no combate à corrupção.

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