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Duque recebeu em Mônaco de offshore usada por Odebrecht

Conta controlada pelo ex-diretor da Petrobras recebeu dois depósitos da Constructora Internacional Del Sur, que seria usada pela Odebrecht para pagar propinas

Ex-diretor da Petrobras Renato Duque: na conta de Duque aberta em nome da Milzart Overseas Holdings, do Panamá, foi feito o repasse de US$ 875 mil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 18h17.

São Paulo - A conta que era controlada pelo ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque no Principado de Mônaco recebeu em novembro de 2009 dois depósitos da offshore Constructora Internacional Del Sur S.A., apontada como detentora da conta usada pelo grupo Norberto Odebrecht para fazer pagamentos de propina ao esquema de corrupção na estatal desbaratado pela Operação Lava Jato .

Na conta de Duque aberta em nome da offshore Milzart Overseas Holdings Inc., do Panamá, foi feito o repasse de US$ 875 mil.

Análise das movimentações financeiras da conta de Duque - que foi bloqueada pela Justiça de Mônaco - mostram dois depósitos feitos pela Constructora Internacional Del Sur S.A.: de US$ 290 mil, no dia 17 de novembro, e outro de US$ 584,7 mil, dez dias depois.

A determinação de bloqueio da conta de Duque em Mônaco registra em uma tabela os depositantes, bem como os bancos de onde vieram os valores. No caso da Constructora Internacional Del Sur, a conta era no Credicorp Bank, em Genebra.

Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava Jato, confessou que a Odebrecht pagava propina e apontou a Construtora Internacional Del Sur como offshore usada para remessas ao exterior.

"Odebrecht e Braskem (sociedade entre a empreiteira e a Petrobrás) era comum fazer esses pagamentos (de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São Gabriel", afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31.

"Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha, também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur", relatou.

Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio dessa empresa "umas duas ou três vezes".

Ex-gerente

A offshore Construtora Internacional Del Sur tinha sido apontada na delação premida do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco - que era braço direito e contador de Duque no esquema de propina. Segundo ele, a conta foi usada pela Odebrecht para o repasse de valores para uma conta sua Credit Corp Bank AS, de Genebra.

Barusco explicou o caminho da propina pago pela Odebrecht via offshore do Panamá. Entre maio e setembro de 2009, o delator indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para a conta da Constructora Internacional del Sur e depois repassou para sua offshore também do Panamá.

A Odebrecht reiteradamente tem repudiado com veemência as suspeitas lançadas sobre sua conduta. A empreiteira nega taxativamente ter pago propinas no esquema Petrobrás.

Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente".

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São Paulo - A conta que era controlada pelo ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque no Principado de Mônaco recebeu em novembro de 2009 dois depósitos da offshore Constructora Internacional Del Sur S.A., apontada como detentora da conta usada pelo grupo Norberto Odebrecht para fazer pagamentos de propina ao esquema de corrupção na estatal desbaratado pela Operação Lava Jato .

Na conta de Duque aberta em nome da offshore Milzart Overseas Holdings Inc., do Panamá, foi feito o repasse de US$ 875 mil.

Análise das movimentações financeiras da conta de Duque - que foi bloqueada pela Justiça de Mônaco - mostram dois depósitos feitos pela Constructora Internacional Del Sur S.A.: de US$ 290 mil, no dia 17 de novembro, e outro de US$ 584,7 mil, dez dias depois.

A determinação de bloqueio da conta de Duque em Mônaco registra em uma tabela os depositantes, bem como os bancos de onde vieram os valores. No caso da Constructora Internacional Del Sur, a conta era no Credicorp Bank, em Genebra.

Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava Jato, confessou que a Odebrecht pagava propina e apontou a Construtora Internacional Del Sur como offshore usada para remessas ao exterior.

"Odebrecht e Braskem (sociedade entre a empreiteira e a Petrobrás) era comum fazer esses pagamentos (de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São Gabriel", afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta terça-feira, 31.

"Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha, também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur", relatou.

Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio dessa empresa "umas duas ou três vezes".

Ex-gerente

A offshore Construtora Internacional Del Sur tinha sido apontada na delação premida do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco - que era braço direito e contador de Duque no esquema de propina. Segundo ele, a conta foi usada pela Odebrecht para o repasse de valores para uma conta sua Credit Corp Bank AS, de Genebra.

Barusco explicou o caminho da propina pago pela Odebrecht via offshore do Panamá. Entre maio e setembro de 2009, o delator indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para a conta da Constructora Internacional del Sur e depois repassou para sua offshore também do Panamá.

A Odebrecht reiteradamente tem repudiado com veemência as suspeitas lançadas sobre sua conduta. A empreiteira nega taxativamente ter pago propinas no esquema Petrobrás.

Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência que seguiram a legislação vigente".

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