O ex-presidente do PSDB deputado Sérgio Guerra: ele morreu em março deste ano (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 15h00.
São Paulo - O PSDB divulgou nota defendendo que o suposto caso envolvendo o ex-presidente da sigla Sérgio Guerra seja investigado. "O PSDB defende que todas as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor, independente da filiação partidária dos envolvidos e dos cargos que ocupam."
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que Guerra - morto em março deste ano -, o procurou e cobrou R$ 10 milhões para que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, aberta em julho de 2009 no Senado, fosse encerrada.
Segundo Costa, o tucano disse a ele que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010. Aos investigadores da Operação Lava Jato, Costa afirmou que os R$ 10 milhões foram pagos em 2010 a Guerra. O pagamento teria ocorrido depois que a CPI da Petrobras foi encerrada sem punições, em 18 de dezembro de 2009.
A extorsão, segundo Costa, foi para abafar as descobertas de irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o delator, o dinheiro foi pago pela Construtora Queiroz Galvão.
O candidato à Presidência Aécio Neves, atual presidente nacional do partido, falou também em investigações e atacou a presidente Dilma Rousseff no debate desta quinta-feira, 16, do SBT.
"Seu discurso não condiz com a prática do seu governo, que impediu a CPI de ser instalada desde o início. E vocês tentaram fraudar com respostas feitas para todas as perguntas. Onde que estavam essas denúncias há 12 anos? E por que não tomaram nenhuma medida?", respondeu ao ser questionado sobre o caso.
A construtora Queiroz Galvão nega propina e diz, via assessoria, que só repassa dinheiro a políticos por meio de "doações rigorosamente dentro da lei".
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP), também citado nas denúncias, não foi encontrado.
A Petrobras foi procurada na noite desta quinta-feira, mas informou na ocasião não ter tempo hábil para responder aos pedidos da reportagem. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que a oposição fez um relatório paralelo com 18 representações ao procurador-geral da República sobre irregularidades na Petrobras, em 2009, após concluir que o governo não deixaria a CPI fazer investigações.
Dias era um dos três oposicionistas que integravam a CPI, composta por 11 membros. Os outros dois foram ACM Jr. (DEM-BA) e o próprio Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Cobrei por anos seguidos a instauração dos inquéritos. Agora, acusam uma pessoa morta de ter recebido propina. Coisa esquisita, porque ele não pode ser defender", afirmou Dias.