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Dilma usa reunião ministerial para avalizar ajuste

A presidente também pedirá unidade da equipe

Equipe de ministros de Dilma no 2º mandato: a preocupação da presidente está em enfrentar o desgaste das medidas impopulares, cobrando trabalho e criatividade (Roberto Stuckert Filho/PR.)
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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 08h23.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff vai aproveitar a primeira reunião ministerial do ano, na tarde desta terça-feira, para explicar a necessidade do ajuste fiscal e do corte de gastos, sem abandonar a retórica social.

Com um discurso otimista, Dilma vai destacar que um novo ciclo de oportunidades será construído no País, após a superação das dificuldades na economia. Ela pedirá unidade da equipe.

A preocupação da presidente está em enfrentar o desgaste das medidas impopulares de forma assertiva, cobrando muito trabalho e criatividade.

Auxiliares de Dilma disseram ao Estado que ela pretende injetar ânimo na tropa, driblando a agenda negativa da tesourada nos investimentos.

A ideia é dizer que 2015 será um ano duro, por causa do cenário mundial de incertezas na economia, mas, se a lição de casa for feita, a colheita começará em 2016.

A reunião com os 39 ministros ocorrerá na Granja do Torto, residência de campo da presidente, e será seguida por um jantar de confraternização.

Por ordem de Dilma, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fará uma apresentação sobre as novas medidas econômicas e a titular do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, falará sobre os resultados do programa Brasil Sem Miséria.

Dilma baterá na tecla de que os direitos dos trabalhadores serão respeitados, apesar do endurecimento das regras para concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença, que devem provocar uma economia de R$ 18 bilhões por ano aos cofres públicos.

A ênfase nesse assunto não será sem motivo. Na semana passada, a entrevista de Levy ao jornal britânico Financial Times, durante sua passagem pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, repercutiu mal no Palácio do Planalto, no PT e nos movimentos sociais.

Levy disse que o atual modelo do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado". A reação foi imediata. Após o protesto de representantes de centrais sindicais, com quem o governo vem mantendo diálogo sobre as mudanças, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, divulgou uma nota jogando água na fervura.

"O seguro-desemprego é cláusula pétrea. Assim como o salário mínimo, jornada de trabalho, férias e aposentadoria fazem parte do núcleo duro dos direitos dos trabalhadores e representam conquistas civilizatórias", escreveu Rossetto.

Para o ministro, que terá nova reunião com os sindicalistas no dia 3 de fevereiro, as medidas anunciadas pelo governo preservam os direitos e buscam responder às "grandes e positivas" mudanças ocorridas no mercado de trabalho. Em conversas reservadas, porém, deputados, senadores e até dirigentes do PT manifestam desconforto com o fato de Dilma, em seu segundo mandato, só apresentar um "saco de maldades" para a população, sem qualquer agenda positiva.

Pacote do bem

No momento em que o escândalo da Petrobras assume proporções inesperadas e a falta de água e de energia elétrica batem à porta do Planalto, correligionários da presidente reclamam do custo político das medidas econômicas e da tesourada nas despesas, que vieram acompanhadas de aumento dos juros.

Até os petistas cobram um freio de arrumação no discurso, para que possam defender o governo, e pedem um "pacote do bem".

Na semana passada, ministros da coordenação política do governo disseram ao Estado que Dilma prepara uma agenda positiva para se contrapor ao ajuste fiscal.

A presidente deu sinal verde ao Plano Nacional de Exportações e pode anunciar uma nova etapa do programa Minha Casa Minha Vida.

Ao mesmo tempo, o governo trabalha para anunciar o corte de gastos do Orçamento , que deve atingir a cifra de R$ 70 bilhões. Nem mesmo os investimentos serão preservados do aperto, mas Dilma tenta passar a mensagem de que o social será sempre sua prioridade.

Desde setembro de 2012 o governo vem debatendo o endurecimento das regras para a concessão de benefícios trabalhistas. À época foi criado um grupo de trabalho para preparar propostas que flexibilizavam a lei trabalhista.

Às vésperas das eleições municipais, no entanto, o Planalto teve receio de "atritos" com movimentos sociais e optou por engavetar o assunto, que só foi "resgatado" após o resultado das urnas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Com um discurso otimista, Dilma vai destacar que um novo ciclo de oportunidades será construído no País, após a superação das dificuldades na economia. Ela pedirá unidade da equipe.

A preocupação da presidente está em enfrentar o desgaste das medidas impopulares de forma assertiva, cobrando muito trabalho e criatividade.

Auxiliares de Dilma disseram ao Estado que ela pretende injetar ânimo na tropa, driblando a agenda negativa da tesourada nos investimentos.

A ideia é dizer que 2015 será um ano duro, por causa do cenário mundial de incertezas na economia, mas, se a lição de casa for feita, a colheita começará em 2016.

A reunião com os 39 ministros ocorrerá na Granja do Torto, residência de campo da presidente, e será seguida por um jantar de confraternização.

Por ordem de Dilma, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fará uma apresentação sobre as novas medidas econômicas e a titular do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, falará sobre os resultados do programa Brasil Sem Miséria.

Dilma baterá na tecla de que os direitos dos trabalhadores serão respeitados, apesar do endurecimento das regras para concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença, que devem provocar uma economia de R$ 18 bilhões por ano aos cofres públicos.

A ênfase nesse assunto não será sem motivo. Na semana passada, a entrevista de Levy ao jornal britânico Financial Times, durante sua passagem pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, repercutiu mal no Palácio do Planalto, no PT e nos movimentos sociais.

Levy disse que o atual modelo do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado". A reação foi imediata. Após o protesto de representantes de centrais sindicais, com quem o governo vem mantendo diálogo sobre as mudanças, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, divulgou uma nota jogando água na fervura.

"O seguro-desemprego é cláusula pétrea. Assim como o salário mínimo, jornada de trabalho, férias e aposentadoria fazem parte do núcleo duro dos direitos dos trabalhadores e representam conquistas civilizatórias", escreveu Rossetto.

Para o ministro, que terá nova reunião com os sindicalistas no dia 3 de fevereiro, as medidas anunciadas pelo governo preservam os direitos e buscam responder às "grandes e positivas" mudanças ocorridas no mercado de trabalho. Em conversas reservadas, porém, deputados, senadores e até dirigentes do PT manifestam desconforto com o fato de Dilma, em seu segundo mandato, só apresentar um "saco de maldades" para a população, sem qualquer agenda positiva.

Pacote do bem

No momento em que o escândalo da Petrobras assume proporções inesperadas e a falta de água e de energia elétrica batem à porta do Planalto, correligionários da presidente reclamam do custo político das medidas econômicas e da tesourada nas despesas, que vieram acompanhadas de aumento dos juros.

Até os petistas cobram um freio de arrumação no discurso, para que possam defender o governo, e pedem um "pacote do bem".

Na semana passada, ministros da coordenação política do governo disseram ao Estado que Dilma prepara uma agenda positiva para se contrapor ao ajuste fiscal.

A presidente deu sinal verde ao Plano Nacional de Exportações e pode anunciar uma nova etapa do programa Minha Casa Minha Vida.

Ao mesmo tempo, o governo trabalha para anunciar o corte de gastos do Orçamento , que deve atingir a cifra de R$ 70 bilhões. Nem mesmo os investimentos serão preservados do aperto, mas Dilma tenta passar a mensagem de que o social será sempre sua prioridade.

Desde setembro de 2012 o governo vem debatendo o endurecimento das regras para a concessão de benefícios trabalhistas. À época foi criado um grupo de trabalho para preparar propostas que flexibilizavam a lei trabalhista.

Às vésperas das eleições municipais, no entanto, o Planalto teve receio de "atritos" com movimentos sociais e optou por engavetar o assunto, que só foi "resgatado" após o resultado das urnas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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