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Dilma sugeriu transferência de conta para Cingapura, diz Monica

De acordo com empresária, a conta era o "elo de ligação" dos pagamentos feitos pela Odebrecht a ela e ao seu marido, o marqueteiro João Santana

Dilma: Dd acordo com a delatora, a "preocupação" da ex-presidente com essa conta se devia ao fato de esse ser o "elo de ligação" dos pagamentos da Odebrecht ao casal de marqueteiros (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

Dilma: Dd acordo com a delatora, a "preocupação" da ex-presidente com essa conta se devia ao fato de esse ser o "elo de ligação" dos pagamentos da Odebrecht ao casal de marqueteiros (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2017 às 17h07.

Brasília - A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sugeriu à empresária Mônica Moura que ela transferisse uma conta mantida na Suíça para a Cingapura porque seria mais seguro, disse a delatora em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com Mônica, a conta era o "elo de ligação" dos pagamentos feitos pela Odebrecht a ela e ao seu marido, o marqueteiro João Santana.

"Ela (Dilma) sempre falava dessa preocupação, porque a Lava Jato avançava, avançava. Ela queria que a gente mudasse, mexesse na conta, chegou a sugerir 'Por que vocês não transferem essa conta de lá pra outro lugar?'", relatou Mônica aos procuradores.

"Ela (Dilma) sugeriu que a gente mandasse pra Cingapura ou algo assim, que ela ouviu falar que era um lugar muito seguro", disse a empresária.

De acordo com a delatora, a "preocupação" de Dilma com essa conta se devia ao fato de esse ser o "elo de ligação" dos pagamentos da Odebrecht ao casal de marqueteiros.

"E João fazia, 'De jeito nenhum, eu não vou mexer em nada, eu não tenho culpa'. Aquelas coisas do João, ele não aceitava", disse Mônica.

Em uma conversa anterior, Mônica relatou que Dilma já estava muito preocupada com a questão porque sabia que já haviam descoberto uma conta do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também mantida na Suíça.

Defesa

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Dilma Rousseff reiterou que João Santana e Mônica Moura "prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores".

"Apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justiça e sabe que a verdade virá à tona e será restabelecida", diz a nota.

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