Ruas da comunidade São Carlos do Jamari, Rondônia: para primeiros atendimentos às cerca de 2.400 famílias, R$ 7 milhões já foram repassados ao estado, informou governador (Lunae Parracho / Greenpeace)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2014 às 21h00.
Brasília - No dia em que a cheia do Rio Madeira atingiu nova marca história, a presidente Dilma Rousseff recebeu uma comitiva de Rondônia para discutir o assunto.
O nível das águas atingiu 19,10 metros nesta quarta-feira (12) e o governador do estado, Confúcio Moura, veio pedir ajuda ao governo federal em infraestrutura e recursos para minimizar os efeitos da enchente, que já deixa 12 mil pessoas desabrigadas.
Segundo o governador, Dilma determinou apoio ao estado para prestar socorro às vítimas no que diz respeito a alojamento, serviços médicos e remoção da população atingida. Para os primeiros atendimentos às cerca de 2.400 famílias, R$ 7 milhões já foram repassados ao estado, informou o governador.
De acordo com Confúcio Moura, a União vai fornecer aviões e helicópteros para o transporte de pessoas e alimentos, pois, com a cheia, municípios ficaram isolados. Um pedido para que se reconheça estado de calamidade pública na capital Porto Velho aguarda análise do governo até esta quinta-feira (13).
“A presidente demonstrou muita preocupação com a situação de Rondônia, do Acre e do Amazonas, e esteve aberta com a apresentação de necessidades para enfrentamento dessa situação de emergência”, disse Confúcio. O governador contou que esperava que a audiência fosse rápida, de apenas 30 minutos, mas que se alongou por mais de duas horas.
Confúcio também declarou que, até o momento, os recursos financeiros para as cidades estão sendo rapidamente disponibilizados pelo Ministério da Integração Nacional. Para o governador, no entanto, os prejuízos materiais são “grandiosos e impagáveis”.
“Não tem dinheiro que vai pagar os danos de empresários”, disse, citando que estão paralisadas atividades de empresas de laticínios, abatedouros e madeireiras. Caminhões já enfrentaram filas aguardando para descarregarem e há reservas de combustíveis submersas. Somente em Porto Velho, esse tipo de prejuízos está calculado em R$ 1 bilhão.
Outras medidas prometidas por Dilma são a ampliação de vagas habitacionais pelo Programa Minha Casa, Minha Vida e o envio de novos profissionais de saúde pelo Programa Mais Médicos para a capital e os dois municípios mais atingidos, Guajará Mirim e Nova Mamoré.
Em reunião no Ministério da Integração Nacional ocorrida nessa terça-feira, o governador também pediu apoio para a construção de uma estrada de 12 quilômetros dentro do Parque Estadual de Guarajá-Mirim para o transporte de doentes que precisam de auxílio médico na capital. Hoje ele disse que a procuradoria do estado e a Advocacia-Geral da União estão se movimentando para o “convencimento” de que há uma necessidade urgente devido ao “isolamento absoluto” de algumas cidades.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a última cota máxima histórica atingida pelo rio chegou a 17,54 metros em 1997. Ontem (11), a Justiça Federal em Rondônia determinou que as empresas responsáveis pela construção de duas usinas hidrelétricas no Madeira (Santo Antônio e Jirau) atendam imediatamente às necessidades básicas da população .
Deputados federais e prefeitos do estado também participaram da reunião, dentre eles Mauro Nasif (PSB), prefeito de Porto Velho, que é cortada pelo rio. Do lado do governo, estiveram presentes no encontro os ministros da Defesa, Celso Amorim; da Integração Nacional, Francisco Teixeira; da Saúde, Arthur Chioro, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, além do presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, que é senador por Rondônia.