Presidente contestou as alegações de que não teria habilidade política suficiente para exercer a Presidência (José Cruz/ ABr)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h05.
Brasília - A uma plateia de militantes e personalidades petistas, a presidente Dilma Rousseff disse na noite desta sexta-feira que ajudou a construir o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que os erros e acertos de seu antecessor são seus também.
"Uma herança é pouco, é como se fosse aquelas camadas que fundamentam o solo e que garantem que as pedras tenham vários graus de solidez. Eu estou firmada sobre uma pedra muito sólida", discursou Dilma durante o 4o Congresso Nacional do PT.
"Não é herança porque eu ajudei a construir essa pedra, eu estava lá. Os erros e acertos dela são meus erros e meus acertos", acrescentou Dilma, pouco antes de criticar a imprensa por, segundo ela, tentar caracterizar o legado de Lula como "herança que não é bendita."
Aliás, as críticas à mídia foram um ponto comum nos discursos de Dilma, Lula --que se disse vítima de "mentiras"-- e do presidente do partido, Rui Falcão, que acusou a "imprensa marrom" de "caluniar, injuriar ou difamar" políticos do partido.
A presidente contestou ainda as alegações de que não teria habilidade política suficiente para exercer a Presidência. A avaliação é feita, inclusive, por alguns aliados, que alegam inabilidade da presidente na condução política do governo, mas foi creditada por Dilma à oposição.
"Especulam sobre a minha suposta inapetência política de que eu sempre fui uma gerente tecnocrata muito despreparada para o exercício da Presidência", disse.
"Eles (oposição) esquecem o fato que tenho muito orgulho de ter (feito política), quando era muito difícil fazer política no Brasil, porque dava cadeia e morte", disse Dilma, lembrando os tempos em que foi militante na ditadura, arrancando aplausos dos quase 2 mil petistas.
O 4o Congresso do PT segue até domingo e vai aprovar uma nova resolução nacional para a legenda e discutir a reforma do estatuto do partido.
Um dos principais pontos da resolução que deve ser aprovada no domingo diz que "a questão dos juros e do câmbio precisa ser enfrentada com medidas mais ousadas. O câmbio elevado é uma ameaça à economia brasileira, que exigirá no curto prazo medidas de forte impacto", segundo texto obtido pela Reuters.