Dez brasileiros são barrados por dia na Europa
Apenas no segundo trimestre de 2016, 945 brasileiros foram impedidos de entrar no território europeu
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 11h52.
Última atualização em 21 de novembro de 2016 às 13h52.
Genebra - Em menos de um ano, o número de brasileiros barrados nos aeroportos da Europa aumentou em mais de 60%, e as autoridades europeias já lançam um alerta sobre a possibilidade de um novo fluxo de migração irregular.
Dados da Agência de Fronteiras da UE (Frontex) indicam que, apenas no segundo trimestre de 2016, 945 brasileiros foram impedidos de entrar no território europeu, dez por dia. Em 2015, 579 brasileiros foram barrados no mesmo período.
"O número de recusas de entradas emitido para latino-americanos atingiu o maior nível em quatro anos", alertou a Frontex no informe trimestral aos governos. De acordo com os dados, a maior participação nesse total latino-americano veio do Brasil e da Colômbia. Os aeroportos principais de entrada foram os de Lisboa, Porto, Madri e Barcelona.
Dos 945 barrados, 269 não tinham documentos que justificassem a permanência na Europa. Outros 140 não tinham visto de trabalho, enquanto mais de 60 não conseguiram provar como se manteriam financeiramente. Apenas 21 foram rejeitados por questão de segurança ou ameaça.
A Frontex não informou o que teria levado ao aumento no número de brasileiros vetados, mas fontes da Comissão Europeia confirmaram ao Estado que as análises apontam dois fatores: recessão no Brasil e postos de fronteira mais rígidos em toda a Europa.
Elevação.
Em setembro, o Estado revelou que os índices de brasileiros recusados nas fronteiras europeias chegavam ao mais alto nível desde 2011 e registravam, no primeiro trimestre de 2016, um dos mais elevados aumentos entre todas as nacionalidades de estrangeiros. Nos três primeiros meses de 2016, a Frontex havia somado 883 brasileiros recusados.
Mas o fluxo cresceu ainda mais a partir do segundo trimestre, colocando os brasileiros como a oitava nacionalidade mais barrada nas fronteiras da Europa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.