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"Demos mole", diz Alfredo Sirkis, após rejeição à Rede

O deputado federal, um dos principais aliados de Marina Silva, publicou nas redes sociais um texto com críticas à ex-senadora e líder da Rede

Ex-senadora Marina Silva: o deputado anuncia que manterá apoio a Marina, mas avisa que não abrirá mão das críticas (José Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 15h55.

Brasília - O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais aliados de Marina Silva , publicou nas redes sociais, na manhã desta sexta-feira, 04, um texto com críticas à ex-senadora e líder da Rede, que teve o registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) na noite de ontem.

"Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos (...). Possui, no entanto, limitações, como todos nós. Às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos líderes populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d'alma que em geral eles não têm", afirmou Sirkis.

Depois de protestar contra "a secular burocracia pombalina, o corporativismo estreito e a hipocrisia político cartorial" da maioria dos ministros do tribunal e de acusar o PT de agir contra a criação do novo partido, Sirkis disse que a Rede deveria ter se preparado melhor para enfrentar as resistências. "(...) Não ter entendido que o jogo seria assim e ter se precavido a tempo e horas foi uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão. Para ser direto em bom carioquês: demos mole", diz o deputado.

Sirkis lamenta ter que tomar uma decisão sobre seu futuro político em poucas horas e diz que a "diversidade ideológica" da Rede traria dificuldades para atuar como partido. "Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV. Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer se partido atrapalha", diz.

O deputado anuncia que manterá apoio a Marina, mas avisa que não abrirá mão das críticas. "Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros, mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica", afirmou Sirkis, que chamou sua manifestação de "sincericídio" .

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Brasília - O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais aliados de Marina Silva , publicou nas redes sociais, na manhã desta sexta-feira, 04, um texto com críticas à ex-senadora e líder da Rede, que teve o registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) na noite de ontem.

"Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos (...). Possui, no entanto, limitações, como todos nós. Às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos líderes populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d'alma que em geral eles não têm", afirmou Sirkis.

Depois de protestar contra "a secular burocracia pombalina, o corporativismo estreito e a hipocrisia político cartorial" da maioria dos ministros do tribunal e de acusar o PT de agir contra a criação do novo partido, Sirkis disse que a Rede deveria ter se preparado melhor para enfrentar as resistências. "(...) Não ter entendido que o jogo seria assim e ter se precavido a tempo e horas foi uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão. Para ser direto em bom carioquês: demos mole", diz o deputado.

Sirkis lamenta ter que tomar uma decisão sobre seu futuro político em poucas horas e diz que a "diversidade ideológica" da Rede traria dificuldades para atuar como partido. "Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV. Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer se partido atrapalha", diz.

O deputado anuncia que manterá apoio a Marina, mas avisa que não abrirá mão das críticas. "Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros, mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica", afirmou Sirkis, que chamou sua manifestação de "sincericídio" .

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