Defesa de Bolsonaro diz que acusação de racismo é "oportunismo" eleitoral
Procuradoria-Geral da República denunciou o pré-candidato do PSL em abril por racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2018 às 20h35.
Última atualização em 22 de junho de 2018 às 20h36.
Brasília - A defesa do pré-candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro , afirmou, em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a Procuradoria-Geral da República (PGR) agiu ao oferecer denúncia contra ele por racismo com "certo oportunismo diante da campanha eleitoral que se avizinhava".
Em abril deste ano, a PGR denunciou Bolsonaro por racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A denúncia do Ministério Público cita um evento em um clube do Rio de Janeiro em abril de 2017, quando, na avaliação do MP, Bolsonaro fez um discurso de incitação ao ódio e preconceito direcionado a diversos grupos, como culpar indígenas pela não construção de hidrelétricas em Roraima.
Em sua defesa à acusação, os advogados de Bolsonaro alegam que as declarações dele não configuram o crime de racismo. "Pelo contrário: longe de configurarem crimes, tais excertos expressam tão somente a opinião política do defendente, na qualidade de parlamentar no exercício da sua função, em diálogo mantido com o seu eleitorado", diz a peça.
A defesa afirma que "beira o absurdo" argumentar que o deputado, futuro candidato a presidente, "iria estimular a xenofobia justamente neste ambiente e ser tão bem recepcionado".
Os defensores alegam ainda, entre outros motivos, que Bolsonaro tem imunidade nas suas palavras como parlamentar e não poderia ser processado.