Aécio: político afirmou que a "prioridade absoluta é Belo Horizonte" (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 18h30.
Belo Horizonte - Considerado um dos principais nomes do PSDB para a disputa presidencial de 2014, o senador Aécio Neves (MG) inicia esta semana uma série de viagens pelo País para participar das campanhas a prefeito de correligionários e de candidatos de partidos aliados. Na quinta-feira (6), já estão previstas visitas do tucano a Jundiaí e Ribeirão Preto (SP), mas Aécio deve focar a atenção também em capitais e outras cidades do Nordeste, onde partidos da base de apoio ao governo federal têm grande penetração.
Ao participar de caminhada nesta segunda com o prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição em Belo Horizonte, Aécio confirmou que deve entrar ativamente na campanha além de fazer participações em programas de rádio e TV. Mas ressaltou que a atuação na capital mineira vai depender das viagens. "Sempre que puder vou estar aqui (em Belo Horizonte). (Mas) tenho uma extensa agenda pelo Brasil que se inicia essa semana", contou.
Nesta terça, o senador deve desembarcar em Barbacena e Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, antes de seguir para participar das campanhas do prefeito Miguel Haddad (PSDB), que lidera a disputa em Jundiaí, e do também tucano Duarte Nogueira, que aparece à frente nas pesquisas de intenção de votos em Ribeirão Preto. Mas não serão apenas tucanos que terão a participação do senador na campanha. Segundo a assessoria de Aécio, já estão previstas, mas ainda sem datas marcadas, viagens a Salvador e Aracaju, além de outras cidades do Nordeste.
Na capital baiana, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto lidera com folga as pesquisas eleitorais, enquanto em Aracaju, João Alves Filho é o representante do DEM na disputa - também à frente nos levantamentos de intenção de votos. O tucano também já gravou declarações de apoio a mais de 200 candidatos que disputam prefeituras do País e, além de capitais, ainda deve participar de campanhas principalmente em cidades maiores, onde correligionários aparecem bem nas pesquisas, como Joinville (SC).
Minas
Apesar de dedicar parte de seu tempo às campanhas de companheiros de partido e aliados em outros Estados, Aécio afirmou que a "prioridade absoluta é Belo Horizonte". O PSDB tem cargos na atual gestão, participou informalmente da coligação que ajudou a eleger Marcio Lacerda em 2008 e, com a saída do PT da aliança, vê a possibilidade de voltar formalmente ao Executivo após quase 20 anos. A última vez em que o partido esteve na prefeitura foi na gestão do atual deputado federal Eduardo Azeredo, sucedido em 1993 pelo petista Patrus Ananias, hoje o principal adversário de Lacerda no pleito.
Durante o ato desta segunda, Aécio avaliou que o ex-ministro deve crescer nas pesquisas eleitorais - impulsionado pela participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício na sexta-feira (31) -, mas está confiante na vitória do aliado. "Acho natural que o candidato do PT até cresça um pouco mais. O PT tem um patamar de votos aqui", disse. Mas rechaçou o peso do ex-presidente no pleito. "Nós sempre receberemos muito bem aqueles que nos visitam. O presidente Lula em especial, meu amigo, inclusive. Mas acredito que na hora de decidir o voto, o mineiro tem uma tradição secular de ele próprio buscar suas opções", declarou.
Depois de rebater no sábado (1) ataques de Lula aos tucanos e a Lacerda, inclusive com citação ao processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio evitou aumentar a polêmica nesta segunda. Questionado sobre o uso do mensalão mineiro pelos adversários, afirmou que é um assunto "que não conhece". Mensalão mineiro foi como ficou conhecido o esquema de financiamento da campanha de Azeredo para reeleição ao governo mineiro, em 1998, e que envolve outros tucanos, além de réus do mensalão federal, como o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios nas agências DNA e SMP&B. O caso tramita na Justiça Estadual de Minas e no STF, devido ao foro privilegiado de Azeredo e do senador Clésio Andrade (PMDB-MG), outro acusado na ação.