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Cunha reclama com Temer sobre movimentação para Picciani

A movimentação do governo para conseguir assinaturas e reconduzir o deputado Leonardo Picciani à liderança do partido na Câmara irritou Cunha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha: Temer e Cunha, que são de grupos opostos no PMDB, conversaram por cerca de uma hora (Lula Marques/Agência PT/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 21h17.

Brasília - A movimentação do governo para conseguir assinaturas e reconduzir o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido na Câmara dos Deputados irritou o presidente da Casa, Eduardo Cunha , que levou suas queixas nesta segunda-feira ao vice-presidente Michel Temer, contou à Reuters fonte próxima ao vice-presidente.

A avaliação dos dois peemedebistas, no entanto, é de que Picciani não teria ainda as assinaturas necessárias, apesar da ação articulada com o Planalto.

O deputado, que se aproximou do governo ao receber o poder de indicar dois ministros na reforma ministerial de outubro, perdeu o cargo na semana passada, depois que deputados do partido defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolaram uma lista com a assinatura de 35 dos 66 deputados do PMDB na Câmara e indicaram Leonardo Quintão (PMDB-MG) para o lugar de Picciani.

A manobra foi feita após Picciani se recusar a indicar parlamentares contrários ao governo para a comissão especial que analisará a abertura de um processo de impeachment contra presidente. Ajudado pelo Planalto e pelo PMDB do Rio, Picciani tenta trazer novos deputados para a bancada e virar os números a seu favor. No domingo, fonte próxima ao deputado afirmava que ele ainda fazia contas, mas estava otimista de que até o final da semana conseguiria as assinaturas necessárias.

No Planalto, no entanto, o governo está em compasso de espera pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que irá definir se a votação que elegeu em voto secreto uma chapa paralela para a comissão – e não a indicada pelos líderes da base governista – tem validade, informaram à Reuters duas fontes palacianas. Se a decisão for pela legalidade do processo, a mudança de líder pouco ajuda o governo.

Temer e Cunha, que são de grupos opostos no PMDB, conversaram por cerca de uma hora e o presidente da Câmara saiu do encontro visivelmente irritado e se recusou a falar com jornalistas. Perguntado sobre o que teria conversado, disse apenas que falava com Temer “todos os dias”.

ADAMS

O governo conta que a decisão do STF invalide a votação que elegeu um grupo pouco favorável ao governo e permita ao Planalto articular a volta da chapa original.

“Agora é conversar com os ministros. É levar os argumentos, os entendimentos. O Supremo vai poder estabelecer um padrão importante para esse processo de forma que o resultante dele seja realmente produto de um debate que valorize o devido processo legal, que valorize a dimensão jurídica do direito que existe nesse processo, que não é um processo só político”, disse o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao sair de um encontro de mais de uma hora com o chefe de gabinete de Michel Temer, Rodrigo Loures.

“Não é uma decisão de conveniência e oportunidade. É uma decisão de julgamento que é feita nos parâmetros absolutamente rígidos da lei”, completou. Parte do PMDB, no entanto, aposta em decisão contrária. Fontes próximas a Temer disseram à Reuters que existe previsão no estatuto da Câmara para a escolha por voto em formação de comissões, inclusive com votação secreta.

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Brasília - A movimentação do governo para conseguir assinaturas e reconduzir o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido na Câmara dos Deputados irritou o presidente da Casa, Eduardo Cunha , que levou suas queixas nesta segunda-feira ao vice-presidente Michel Temer, contou à Reuters fonte próxima ao vice-presidente.

A avaliação dos dois peemedebistas, no entanto, é de que Picciani não teria ainda as assinaturas necessárias, apesar da ação articulada com o Planalto.

O deputado, que se aproximou do governo ao receber o poder de indicar dois ministros na reforma ministerial de outubro, perdeu o cargo na semana passada, depois que deputados do partido defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolaram uma lista com a assinatura de 35 dos 66 deputados do PMDB na Câmara e indicaram Leonardo Quintão (PMDB-MG) para o lugar de Picciani.

A manobra foi feita após Picciani se recusar a indicar parlamentares contrários ao governo para a comissão especial que analisará a abertura de um processo de impeachment contra presidente. Ajudado pelo Planalto e pelo PMDB do Rio, Picciani tenta trazer novos deputados para a bancada e virar os números a seu favor. No domingo, fonte próxima ao deputado afirmava que ele ainda fazia contas, mas estava otimista de que até o final da semana conseguiria as assinaturas necessárias.

No Planalto, no entanto, o governo está em compasso de espera pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que irá definir se a votação que elegeu em voto secreto uma chapa paralela para a comissão – e não a indicada pelos líderes da base governista – tem validade, informaram à Reuters duas fontes palacianas. Se a decisão for pela legalidade do processo, a mudança de líder pouco ajuda o governo.

Temer e Cunha, que são de grupos opostos no PMDB, conversaram por cerca de uma hora e o presidente da Câmara saiu do encontro visivelmente irritado e se recusou a falar com jornalistas. Perguntado sobre o que teria conversado, disse apenas que falava com Temer “todos os dias”.

ADAMS

O governo conta que a decisão do STF invalide a votação que elegeu um grupo pouco favorável ao governo e permita ao Planalto articular a volta da chapa original.

“Agora é conversar com os ministros. É levar os argumentos, os entendimentos. O Supremo vai poder estabelecer um padrão importante para esse processo de forma que o resultante dele seja realmente produto de um debate que valorize o devido processo legal, que valorize a dimensão jurídica do direito que existe nesse processo, que não é um processo só político”, disse o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao sair de um encontro de mais de uma hora com o chefe de gabinete de Michel Temer, Rodrigo Loures.

“Não é uma decisão de conveniência e oportunidade. É uma decisão de julgamento que é feita nos parâmetros absolutamente rígidos da lei”, completou. Parte do PMDB, no entanto, aposta em decisão contrária. Fontes próximas a Temer disseram à Reuters que existe previsão no estatuto da Câmara para a escolha por voto em formação de comissões, inclusive com votação secreta.

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