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Cunha indica que CPI não investigará era FHC na Petrobras

O presidente da Câmara sinalizou que não permitirá que a CPI da Petrobras investigue possíveis irregularidades durante a gestão do ex-presidente

Eduardo Cunha (PMDB-RJ): o PT gostaria que a CPI também se estendesse aos contratos da Petrobras no governo tucano (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 18h43.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sinalizou na tarde desta segunda-feira, 2, que não permitirá que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras investigue possíveis irregularidades durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso .

O peemedebista disse que é um "regimentalista" e que a proposta de CPI autorizada restringe as apurações entre o período de 2005 e 2015. "A ementa que está lá tem de ser cumprida", defendeu.

O PT gostaria que a CPI também se estendesse aos contratos da Petrobras no governo tucano, uma vez que o ex-gerente da estatal Pedro Barusco confessou que recebia propina da SBM Offshore desde 1997. Cunha ressaltou que o regimento não permite alteração da ementa.

"Se quiserem fazer uma CPI diferente do que está lá, tem de fazer outro requerimento de CPI", avisou.

Turbulência

Às vésperas da divulgação dos nomes dos políticos implicados na Operação Lava Jato, Cunha afirmou que não espera um período de "turbulências" no cenário dos próximos meses.

Hoje, o ministro da Defesa, o petista Jaques Wagner, afirmou que o pedido de investigação de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras causará "turbulência" no momento em que o País precisa de "calma e tranquilidade". "Não acredito, não. Até porque o fato de propor inquérito não significa que está se culpando ninguém, vai se dar o beneplácito da defesa. Não vejo turbulência. Quantos inquéritos no Supremo estão em tramitação?", opinou.

Para o peemedebista, a democracia brasileira está avançada e as instituições saberão "se defender de qualquer tipo de turbulência".

Sobre a possibilidade de envolvimento de deputados, o peemedebista informou que já pediu que as lideranças partidárias indiquem até a próxima quarta-feira, 4, os membros que farão parte do Conselho de Ética da Câmara. Neste colegiado tramitam as representações de quebra de decoro contra os parlamentares.

A ideia é instalar o Conselho até a próxima semana. Em sua opinião, a divulgação da lista de políticos não criará dificuldades para o andamento dos trabalhos na Casa.

São Paulo - Dos 27 escolhidos para participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras , ao menos 13 tiveram parte de suas campanhas eleitorais financiadas por empresas investigadas no âmbito da Operação Lava Jato , que apura esquema de corrupção na estatal. Juntas, Odebrecht , Galvão Engenharia , Engevix, Andrade Gutierrez , UTC , OAS e Toyo Setal doaram mais de 3,5 milhões de reais aos deputados federais que vão atuar na CPI que foi instalada nesta quinta-feira. Quase metade desse valor foi doado apenas para os deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ), respectivamente presidente e relator da comissão. O aparente paradoxo gerou um debate acalorado no primeiro dia de trabalhos da CPI. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações das empresas investigadas. O pedido foi rejeitado pela Câmara. "Não podemos criminalizar quem recebeu o financiamento legal para suas campanhas",  disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).  Esta é a terceira vez que o Congresso instala uma CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobras. O objetivo, desta vez, é apurar as irregularidades ocorridas entre 2005 e 2015. Os trabalhos devem durar 120 dias, com a possibilidade de prorrogação de mais 60 dias. Veja, nas fotos, o ranking dos deputados da CPI das Petrobras que mais ganharam das empresas da Lava Jato nas eleições, segundo levantamento de EXAME.com com base nos dados divulgados pelas campanhas dos parlamentares.
  • 2. 1º - Luiz Sérgio (PT-RJ)

    2 /17(Divulgação)

  • Veja também

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 962.500,00
    OASR$ 380.000,00
    Queiroz GalvãoR$ 332.500,00
    UTCR$ 200.000,00
    Toyo SetalR$ 50.000,00
    O relator da CPI da Petrobras recebeu R$ 2.429.512,5 em doações nas eleições passadas. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 40% deste total.
  • 3. 2º - Edio Lopes (PMDB-RR)

    3 /17(Divulgação/ Facebook Edio Lopes)

  • Total doado por empreiteiras investigadas na Lava JatoR$ 680.732,00
    Andrade e GutierrezR$ 500.000,00
    Queiroz GalvãoR$ 130.000,00
    OASR$ 50.732,00
    O deputado Edio Lopes recebeu R$ 2,4 milhões em doações nas eleições de 2014. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 28% desse total.
  • 4. 3º - Hugo Motta (PMDB-PB)

    4 /17(Reprodução/Flickr/PMDB Nacional)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 454.572,50
    Andrade GutierrezR$ 254.572,50
    OdebrechtR$ 200.000,00
    Aos 25 anos, Hugo Motta é o presidente da CPI da Petrobras. Nas eleições de 2014, ele recebeu R$ 742.259,17 em doações.As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
  • 5. 4º - Júlio Delgado (PSB-MG)

    5 /17(Câmara dos Deputados/Arquivo)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 380.000,00
    Andrade GutierrezR$ 200.000,00
    Queiroz GalvãoR$ 100.000,00
    OdebrechtR$ 80.000,00
    O deputado Júlio Delgado ganhou R$ 1,7 milhão em doações de campanha no ano passado. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 21% deste montante.
  • 6. 5. Antônio Imbassahy (PSDB-BA)

    6 /17(Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Reprodução)

    Total doado por empresas da Lava JatoR$ 326.875,00
    OASR$ 250.000,00
    UTCR$ 76.875,00
  • 7. 6. Cacá Leão (PP-BA)

    7 /17(Divulgação/ Cacá Leão/Divulgação)

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 306.993,10
    OASR$ 204.137,69
    Andrade GutierrezR$ 100.000,00
    UTCR$ 2.855,41
    O deputado Cacá Leão recebeu mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 14% deste montante.
  • 8. 7. Paulinho da Força (PDT-SP)

    8 /17(Antonio Cruz/ABr)

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 240.925,50
    OdebrechtR$ 158.563,00
    Andrade e GutierrezR$ 33.887,50
    Queiroz GalvãoR$ 29.180,00
    UTCR$ 19.295,00
    O deputado Paulo Pereira da Silva recebeu mais de 2,8 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 8% deste total.
  • 9. 8. Onyx Lorenzoni (DEM-RS)

    9 /17(Divulgação/ Onyx Lorenzoni)

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 200.000,00
    Andrade e GutierrezR$ 200.000,00
    O deputado Onyx Lorenzoni recebeu pouco mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por quase 10% deste total.
  • 10. 9. João Carlos Bacelar (PR-BA)

    10 /17(Renato Araújo/ Agência Câmara)

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 105.406,00
    OASR$ 104.500,00
    UTCR$ 556,00
    OdebrechtR$ 350,00

    O deputado João Carlos Bacelar recebeu pouco mais de 382 mil reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 27% deste total.
  • 11. 10. Félix Mendonça Júnior (PDT-BA)

    11 /17(Divulgação/ Facebook Félix Mendonça Júnior)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 22.042,83
    OdebrechtR$ 9.600,00
    OASR$ 9.587,42
    UTCR$ 2.855,41
    O deputado Félix Mendonça Júnior recebeu R$ 1,2 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,8% deste total.
  • 12. 11. Afonso Florence (PT-BA)

    12 /17(Agência Brasil)

    Total doado por investigadas na Lava JatoR$ 16.183,25
    OASR$ 14.755,55
    UTCR$ 1.427,7

    O deputado Afonso Florence recebeu R$ 549,3 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 2,9% deste total.
  • 13. 12 - Paulo Magalhães (PSD-BA)

    13 /17(Divulgação/ Renato Araujo)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 5.293,23
    UTCR$ 2.855,41
    OASR$ 2.437,82

    O deputado Paulo Magalhães recebeu R$ 398.2 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,3% deste total.
  • 14. 13 - Bruno Covas (PSDB-SP)

    14 /17(Divulgação)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 2.711,50
    OASR$ 2.495,00
    Andrade GutierrezR$ 216,50
    O deputado Bruno Covas recebeu R$ 3,5 milhões em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
  • 15. 14. Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

    15 /17(Larissa Ponce/Câmara dos Deputados/Reprodução)

    Total doado por empresas investigadas na Lava JatoR$ 2.343,75
    EngevixR$ 2.343,75
    O deputado Arnaldo Faria de Sá recebeu R$ 1,9 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,12% deste total.
  • 16. 15. Marcelo Squassoni (PRB - SP)

    16 /17(Divulgação/Facebook)

    Total doado por empresas da Lava JatoR$ 770,00
    Queiroz GalvãoR$ 290,00
    Constran (empresa da holding UTC)R$ 480,00
  • 17. Veja agora quais são as 9 CPIs que podem começar no Congresso ainda este mês

    17 /17(Ueslei Marcelino/Reuters)

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