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Cunha diz que Renan deve aparecer nas próximas delações

Presidente da Câmara disse a aliados que Renan Calheiros deve aparecer em futuras delações premiadas da Lava Jato

Renan Calheiros e Eduardo Cunha: Renan também é investigado na Lava Jato, mas a PGR ainda não apresentou denúncia contra ele (Marcos Oliveira/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 20h40.

Brasília - Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada por suposto envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse a aliados que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve aparecer em futuras delações premiadas.

Renan também é investigado na Lava Jato, mas a PGR ainda não apresentou denúncia contra ele.

De acordo com participantes do encontro, Cunha não citou a origem da informação. No jantar oferecido no início da semana, tanto Cunha quanto líderes qualificaram a denúncia como "frágil".

O peemedebista se disse inocente, segundo relatos, e afirmou que se manterá concentrado no trabalho.

Seguindo orientação de sua defesa, Cunha tem evitado a estratégia de se defender atacando como fez em julho, quando o lobista Julio Camargo o acusou de pedir propina de US$ 5 milhões.

O presidente da Câmara afirmou estar recolhendo documentos para apresentar em sua defesa.

A acusação contra Cunha também surgiu no plenário da Câmara. Com apoio de alguns integrantes do PT, o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), começou a recolher assinaturas de deputados pedindo o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa. O parlamentar se recusou a informar quantas assinaturas já havia recolhido. A coleta vai até esta quinta-feira.

"Presidente Eduardo Cunha, vossa excelência não tem mais condições de presidir a Câmara dos Deputados. Vossa excelência tem o direito de se defender, mas não tem o direito de utilizar o cargo de presidente da Câmara como instrumento de defesa", afirmou Glauber Braga (PSB-RJ) da tribuna da Casa.

"É necessário que vossa excelência se afaste", disse Braga, acusando o PT de ceder a chantagem de Cunha para não se manifestar.

Apesar de alguns petistas defenderem a saída de Cunha, o partido não deve tomar uma posição institucional. Uma reunião da bancada estava prevista para a última segunda-feira, mas foi suspensa e uma nova data não foi marcada.

O deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) saiu em defesa de Cunha. "A Constituição é clara quando diz que se tem o direito à ampla defesa, ao devido processo legal. Acusação é uma mera acusação. A denúncia nem foi aceita ainda", afirmou Moreira.

"Vossa excelência tem o dever moral de permanecer no cargo", disse o deputado.

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
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