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Cunha diz que governo foi derrotado porque não tem base

Rompido com o governo, o presidente da Câmara concluiu que a primeira derrota do governo no retorno do recesso parlamentar se deve à inexistência da base aliada


	Eduardo Cunha (PMDB-RJ): "o governo perdeu quase com quórum de Emenda Constitucional, o que significa que o governo está sem base. A verdade é esta"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ): "o governo perdeu quase com quórum de Emenda Constitucional, o que significa que o governo está sem base. A verdade é esta" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2015 às 23h32.

Brasília  - Rompido com o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concluiu que a primeira derrota do governo no retorno do recesso parlamentar se deve à inexistência da base aliada.

"O governo perdeu quase com quórum de Emenda Constitucional, o que significa que o governo está sem base. A verdade é esta. O governo não tem uma base", resumiu Cunha.

Um dia após o Palácio do Planalto fazer um apelo para que a base aliada não aprovasse pautas que pudessem comprometer as contas públicas, o plenário da Câmara passou por cima do acordo feito por líderes partidários e rejeitou o requerimento que propunha retirar de pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vincula o teto dos subsídios de advogados públicos, defensores públicos e delegados das Polícias Federal e Civil a 90,25% do que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cunha disse que o governo cometeu um erro que não poderia cometer. "A aprovação desta PEC no texto que ali está é um sinal horrível para os mercados, um sinal horrível para a manutenção do grau de investimento do País e vai sinalizar definitivamente que o governo não tem base. O governo tem que se reconstruir", declarou no final da sessão.

O peemedebista disse que atuou com responsabilidade e disse que fez um "chamamento à razão".

No plenário, Cunha pediu que os líderes busquem um texto alternativo que se restrinja às carreiras federais e não comprometa as finanças de Estados e municípios.

"Não estou concordando com isso. Não sou eu que tenho que fazer o papel de dar os votos que o governo precisa. Não cabe a mim", afirmou o peemedebista, ressaltando que não agirá "de modo que taque fogo no circo".

"Se fosse apenas a carreira da Advocacia-Geral da União, além de justo, seria uma coisa razoável. Do jeito que está ali, estendido a Estados e municípios, ninguém tem condição de calcular o tamanho do problema", comentou.

"E o que é pior: vai abrir uma porteira com um sem número de outras pautas corporativas que esta Casa não vai superar. Isso é um indício de que o governo perdeu o comando do processo e não é por minha causa", completou.

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