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Credores devem prorrogar dívida da Sete Brasil

A dívida de US$ 3,6 bilhões da Sete Brasil com cinco bancos credores, com vencimento previsto para a segunda-feira, será novamente prorrogada até o próximo ano

Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 21h06.

São Paulo - A dívida de US$ 3,6 bilhões da Sete Brasil com cinco bancos credores, com vencimento previsto para a segunda-feira, 19, será novamente prorrogada até o próximo ano.

As instituições financeiras decidiram não executar as dívidas temendo ampliar as perdas com a empresa e aguardam aportes de novos sócios, no próximo ano, para reaver os valores investidos.

A previsão é que o acordo entre a empresa e a Petrobras, para reestruturação do contrato, seja formalizado em até duas semanas, após aprovação da diretoria e do conselho de administração da estatal. A previsão atual é que apenas 14 sondas fiquem com a Sete Brasil, que deve receber aporte de novo sócio.

As dívidas da empresa com os bancos já tinham sido adiadas outras duas vezes. Pesou sobre a decisão o valor previsto de devolução, caso a dívida fosse executada - cerca de 30% do total. "Não é vantagem para os bancos entrarem com a execução", disse uma fonte próxima à negociação. As discussões sobre o pagamento dessa dívida ocorrem há dois meses e se intensificaram nos últimos dias. "Um acordo deve ser fechado até o início do ano", completou.

Os bancos credores são também acionistas do negócio e a execução das dívidas significaria enterrar o investimento já realizado. Participam do capital da Sete Brasil a Caixa Econômica Federal, Santander, Bradesco, Itaú e o Banco do Brasil, que detém a maior parte da dívida. Além deles, também o BTG Pactual é acionista, juntamente com os fundos Petros, Funcef, Valia e da própria Petrobrás. Um acordo entre as instituições financeiras deve prorrogar o prazo de pagamento até o início do próximo ano, quando é esperado aporte de um novo sócio à empresa.

Também não está descartado que, até lá, o empréstimo ponte negociado com o BNDES seja liberado. Para este ano, entretanto, o aporte já foi descartado pela Sete Brasil e pelo próprio banco, que não incluiu o financiamento de US$ 3 bilhões entre os desembolsos previstos até dezembro. Sem o financiamento, a empresa ainda tem caixa para operar até o primeiro semestre do próximo ano. A esperança está nos aportes previstos com os contratos de operação das sondas - principal entrave no acordo entre a gestora das sondas e a Petrobras.

A Sete Brasil manteve conversas com a empresa norueguesa Seadrill para aporte de US$ 1,2 bilhão, mas segundo as fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma outra empresa estaria à frente na negociação. Cada operadora deverá assumir até cinco sondas. As empresas foram indicadas pela própria Petrobras, em uma lista com seis opções. A Sete, entretanto, queria assumir a operação de parte das unidades para ampliar a receita e garantir a rentabilidade aos investidores.

O projeto atual envolve a construção de 18 sondas - 14 da própria Sete Brasil e outras quatro que serão revendidas para o grupo asiático Kawasaki. O grupo vai finalizar a construção das sondas que estavam sob responsabilidade do estaleiro Enseada, que desistiu do projeto. Os estaleiros estão desde novembro sem aportes da Sete Brasil para manter a construção de sondas. "Os estaleiros já foram informados que o pagamento não será feito este ano, mas vão continuar a construção", disse a fonte.

Toda a reestruturação da companhia, entretanto, ainda depende de aprovação de acordo entre a Sete Brasil e a Petrobras. Técnicos das duas empresas se reúnem semanalmente para discutir uma minuta de contrato com as novas especificações e detalhes do acordo. Além da operação, outro entrave seria a redução do valor diário de aluguel das sondas. A Petrobras esperava reduzir o valor do aluguel diário previsto nos contratos, acima de US$ 430 mil, quando, no mercado internacional, há sondas negociadas abaixo de US$ 400 mil.

Apesar das pendências, a expectativa entre os bancos é que a negociação avançou nos últimos dias e um acordo está "próximo". "Faltam apenas uns detalhes burocráticos. Um documento que não foi entregue por um dos operadores", disse a fonte, sem revelar o nome do operador. O tema deve ser pautado na diretoria da estatal, nesta terça-feira, para então ser apreciado pelo conselho de administração, em reunião agendada para a próxima semana. Procuradas, Petrobras e Sete Brasil não se manifestaram.

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São Paulo - A dívida de US$ 3,6 bilhões da Sete Brasil com cinco bancos credores, com vencimento previsto para a segunda-feira, 19, será novamente prorrogada até o próximo ano.

As instituições financeiras decidiram não executar as dívidas temendo ampliar as perdas com a empresa e aguardam aportes de novos sócios, no próximo ano, para reaver os valores investidos.

A previsão é que o acordo entre a empresa e a Petrobras, para reestruturação do contrato, seja formalizado em até duas semanas, após aprovação da diretoria e do conselho de administração da estatal. A previsão atual é que apenas 14 sondas fiquem com a Sete Brasil, que deve receber aporte de novo sócio.

As dívidas da empresa com os bancos já tinham sido adiadas outras duas vezes. Pesou sobre a decisão o valor previsto de devolução, caso a dívida fosse executada - cerca de 30% do total. "Não é vantagem para os bancos entrarem com a execução", disse uma fonte próxima à negociação. As discussões sobre o pagamento dessa dívida ocorrem há dois meses e se intensificaram nos últimos dias. "Um acordo deve ser fechado até o início do ano", completou.

Os bancos credores são também acionistas do negócio e a execução das dívidas significaria enterrar o investimento já realizado. Participam do capital da Sete Brasil a Caixa Econômica Federal, Santander, Bradesco, Itaú e o Banco do Brasil, que detém a maior parte da dívida. Além deles, também o BTG Pactual é acionista, juntamente com os fundos Petros, Funcef, Valia e da própria Petrobrás. Um acordo entre as instituições financeiras deve prorrogar o prazo de pagamento até o início do próximo ano, quando é esperado aporte de um novo sócio à empresa.

Também não está descartado que, até lá, o empréstimo ponte negociado com o BNDES seja liberado. Para este ano, entretanto, o aporte já foi descartado pela Sete Brasil e pelo próprio banco, que não incluiu o financiamento de US$ 3 bilhões entre os desembolsos previstos até dezembro. Sem o financiamento, a empresa ainda tem caixa para operar até o primeiro semestre do próximo ano. A esperança está nos aportes previstos com os contratos de operação das sondas - principal entrave no acordo entre a gestora das sondas e a Petrobras.

A Sete Brasil manteve conversas com a empresa norueguesa Seadrill para aporte de US$ 1,2 bilhão, mas segundo as fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, uma outra empresa estaria à frente na negociação. Cada operadora deverá assumir até cinco sondas. As empresas foram indicadas pela própria Petrobras, em uma lista com seis opções. A Sete, entretanto, queria assumir a operação de parte das unidades para ampliar a receita e garantir a rentabilidade aos investidores.

O projeto atual envolve a construção de 18 sondas - 14 da própria Sete Brasil e outras quatro que serão revendidas para o grupo asiático Kawasaki. O grupo vai finalizar a construção das sondas que estavam sob responsabilidade do estaleiro Enseada, que desistiu do projeto. Os estaleiros estão desde novembro sem aportes da Sete Brasil para manter a construção de sondas. "Os estaleiros já foram informados que o pagamento não será feito este ano, mas vão continuar a construção", disse a fonte.

Toda a reestruturação da companhia, entretanto, ainda depende de aprovação de acordo entre a Sete Brasil e a Petrobras. Técnicos das duas empresas se reúnem semanalmente para discutir uma minuta de contrato com as novas especificações e detalhes do acordo. Além da operação, outro entrave seria a redução do valor diário de aluguel das sondas. A Petrobras esperava reduzir o valor do aluguel diário previsto nos contratos, acima de US$ 430 mil, quando, no mercado internacional, há sondas negociadas abaixo de US$ 400 mil.

Apesar das pendências, a expectativa entre os bancos é que a negociação avançou nos últimos dias e um acordo está "próximo". "Faltam apenas uns detalhes burocráticos. Um documento que não foi entregue por um dos operadores", disse a fonte, sem revelar o nome do operador. O tema deve ser pautado na diretoria da estatal, nesta terça-feira, para então ser apreciado pelo conselho de administração, em reunião agendada para a próxima semana. Procuradas, Petrobras e Sete Brasil não se manifestaram.

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