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CPI vai convocar vendedor de vacinas que teria recebido pedido de propina

Senadores apresentaram requerimento para convocação de representante da empresa Davati Medical Supply, após denúncia de cobrança de propina no MInistério da Saúde, revelada pela Folha de S. Paulo

Sessão da CPI da Covid-19, no Senado (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Sessão da CPI da Covid-19, no Senado (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 29 de junho de 2021 às 22h25.

Última atualização em 29 de junho de 2021 às 22h44.

Senadores que fazem parte da CPI da Covid-19 apresentaram requerimento de convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply, empresa revendedora de vacinas, que diz ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde, em reportagem da Folha de S. Paulo que traz a denúncia. 

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice presidente da comissão, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) encaminharam o pedido, como publicou Randolfe em sua conta em rede social.  

A reportagem da Folha de S. Paulo afirma que o representante da empresa Davati Medical Supply teria recebido o pedido de propina durante um jantar em Brasília, em fevereiro deste ano. O pedido teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). 

"É urgente materializar todos os dados sobre essa denúncia gravíssima", disse o senador Alessandro Vieira à EXAME. O presidente da CPI, Omar Aziz, também se pronunciou sobre a convocação na rede social.

Ricardo Barros

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e um dos personagens principais das denúncias que envolvem supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, também se pronunciou. 

Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde decidiu suspender o contrato de compra da vacina indiana Covaxin. A decisão ocorreu após uma recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), sugerindo a suspensão do contrato. A medida é cautelar e temporária "para uma análise mais aprofundada do órgão de controle", disse a pasta em comunicado à EXAME. O acordo foi firmado em fevereiro deste ano para a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante, fabricado pelo laboratório Bharat Biotech.

Novo pedido de impeachment

O assunto bateu em cheio em Brasília nesta noite de terça-feira. O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), também se manifestou sobre a denúncia e disse que serão apresentados novo pedido de impeachment do presidente Bolsonaro e uma denúncia ao Ministério Público:

“A cada momento surgem novas e mais graves denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid pelo governo Bolsonaro. É revoltante descobrir que a resistência à compra de vacinas era, no fundo, uma forma de criar dificuldades para vender facilidades. Tudo isso com a inaceitável consequência de causar centenas de milhares de mortes de brasileiros. Isso só reforça a necessidade de afastar Bolsonaro da presidência e de fazer com que todos os envolvidos respondam perante a Justiça pela corrupção e pelas mortes que causaram. Por isso, amanhã apresentaremos novo pedido de impeachment e uma denúncia ao Ministério Público", disse Molon em nota.

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