Ao vivo: CPI ouve auditor que teria feito estudo negando mortes por covid
Alexandre Marques teria elaborado um “estudo paralelo” apontando que metade das mortes por covid-19 no país não ocorreram em decorrência do coronavírus
Alessandra Azevedo
Publicado em 17 de agosto de 2021 às 06h00.
Última atualização em 17 de agosto de 2021 às 10h16.
A CPI da Covid ouve neste momento o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Marques, responsável por ter elaborado um “estudo paralelo” apontando que metade das mortes por covid-19 no país não ocorreram em decorrência do coronavírus. Ele teria inserido o documento no sistema do TCU em junho deste ano.
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O estudo serviu de base para que o presidente Jair Bolsonaro dissesse a apoiadores, também em junho, que “em torno de 50% dos óbitos do ano passado por covid não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União”. Bolsonaro admitiu o “erro”, no dia seguinte à fala, depois que o TCU desmentiu a informação.
Assista ao vivo:
Expectativa para o depoimento
Segundo reportagem do Correio Braziliense, citada em um dos requerimentos de convocação de Marques, apresentado por Humberto Costa (PT-PE), o auditor fazia parte da secretaria do TCU que lida com inteligência e combate à corrupção e começou a trabalhar no “estudo” no ano passado.
Amigo da família Bolsonaro, Marques acompanhava compras relacionadas à pandemia. Segundo a reportagem, o “estudo paralelo” foi rechaçado pelos colegas, que teriam entendido que ele buscava desqualificar os governadores. Sem apoio de nenhum outro auditor, o servidor do TCU teria entregue a tese aos filhos de Bolsonaro.
Marques afirmou, em depoimento à corregedoria do TCU, que o material citado pelo presidente foi alterado. De acordo com reportagem do jornal O Globo, o auditor afirmou que ficou "totalmente indignado" com o pronunciamento do presidente.
"Achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por covid não era por covid. Eu achei bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência", disse Marques.