Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, e de seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Eles denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal. A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas, considerado elevado, e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. Em pronunciamento, à bancada, vice-presidente da CPIPANDEMIA, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado (Waldemir Barreto/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de junho de 2021 às 15h16.
Última atualização em 28 de junho de 2021 às 15h20.
Diante da nova frente de investigação da CPI da Covid, que quer apurar suspeitas de irregularidade em contratos de compra de vacinas, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para prorrogar os trabalhos da CPI por mais 90 dias.
O pedido, já protocolado, precisa da assinatura de 27 senadores. Com prazo inicial de 90 dias, a comissão atualmente está programada para encerrar-se no dia 7 de agosto. Randolfe classificou esse prazo como insuficiente e afirmou ser "imperativo" prorrogar as atividades.
No documento, o vice-presidente da CPI disse que o colegiado tem "desvendado esquemas de corrupção e de favorecimento" de determinadas empresas com recursos destinados ao combate à pandemia da covid-19. "Servidores sofreram pressões não republicanas para flexibilizar a importação da Covaxin. Depoentes apontaram que até o Presidente da República foi alertado das irregularidades e, ao invés de apurá-las, as creditou ao próprio líder do Governo da Câmara dos Deputados. É um escândalo que precisa ser apurado com a gravidade correspondente", afirmou ele.
No requerimento, Randolfe também citou que existem "inúmeras provas" sobre omissões e ações deliberadas em torno de estratégias como da imunidade de rebanho, a promoção de tratamentos ineficazes, e "boicotes" às medidas não farmacológicas de enfrentamento à covid-19, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
"O boicote às vacinas foi um capítulo à parte. Foram dezenas de emails da Pfizer ignorados que ofertavam imunizantes capazes de salvar milhares de vidas. Foram inúmeros os insultos aos países e às instituições de pesquisa fornecedoras de vacinas para o Brasil, resultando em atrasos de insumos e sucessivas interrupções da campanha de vacinação. O país perdeu imunizantes e, por decorrência, vidas", afirmou o senador.