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Covid: OMS espera declarar fim de emergência em 2023

"A pandemia de covid-19 diminuiu significativamente este ano, o surto global de varíola símia está diminuindo e não há casos de ebola em Uganda há mais de três semanas", declarou Tedros Adhanom, da OMS

PARIS, FRANCE - JANUARY 11: World Heath Organization (WHO) Director-General Tedros Adhanom Ghebreyesus arrives at the Elysee Presidential Palace for a meeting with French President Emmanuel Macron on January 11, 2019 in Paris France. Ghebreyesus is in Paris for a one-day visit. (Photo by Chesnot/Getty Images) (Chesnot/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 17h57.

Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 18h32.

Em tom esperançoso, Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse nesta quarta-feira, 21, esperar decretar o fim da emergência da covid-19 no ano que vem. Ele, no entanto, apontou uma série de lacunas que não permitem dizer que a pandemia acabou, mesmo com cenário mais animador com casos e mortes em tendência de queda.

"A pandemia de covid-19 diminuiu significativamente este ano, o surto global de varíola símia está diminuindo e não há casos de ebola em Uganda há mais de três semanas", declarou. "Esperamos que cada uma dessas emergências seja declarada encerrada em momentos diferentes no próximo ano."

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Adhanom frisou que "estamos em um lugar muito melhor com a pandemia do que há um ano", quando vivíamos os estágios iniciais da onda da subvariante ômicron, e que o número de mortes pela doença relatadas semanalmente "caiu quase 90%". O painel de dados da organização mostra que, nas últimas 24 horas, 354 mil novas infecções e 895 mortes foram relatadas no mundo.

Contudo, destacou que "ainda existem muitas incertezas e lacunas para dizermos que a pandemia acabou". Entre elas, listou, falta de vigilância, testes e sequenciamento; milhões de pessoas não vacinadas; lacunas no tratamento e nos sistemas de saúde; falhas na compreensão da condição pós-covid, bem como de como essa pandemia começou. Para ele, tudo isso prejudica nosso conhecimento sobre como o vírus está mudando, coloca vidas em risco e também compromete nossa capacidade de prever e lidar com pandemias futuras.

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Adhanom destacou que está "muito preocupado" com a evolução da doença na China, "com relatos crescentes de doenças graves". "A OMS está apoiando a China para concentrar seus esforços na vacinação de pessoas com maior risco em todo o país, e continuamos a oferecer nosso apoio para atendimento clínico e proteção de seu sistema de saúde."

A covid foi declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC, na sigla em inglês), em janeiro de 2020. Segundo o Regulamento Sanitário Internacional da OMS, acordo legal que envolve 196 países, uma PHEIC é definida como "um evento extraordinário determinado que constitui um risco de saúde pública para outros Estados por meio da disseminação internacional de doenças e por potencialmente exigir uma resposta internacional coordenada".

Monkeypox e ebola em Uganda

O chefe da OMS também falou sobre as emergências que surgiram ao longo de 2022. Sobre a varíola dos macacos, que passou a ser chamada de mpox, ele destacou que mais de 83 mil casos e 66 mortes foram relatados.

"Tal como acontece com a covid, o número de casos de mpox relatados semanalmente diminuiu mais de 90% em relação ao pico. Se a tendência atual continuar, esperamos que no próximo ano também possamos declarar o fim dessa emergência", disse.

Sem novos casos desde o fim de novembro e sem pacientes em tratamento no momento, Adhanom comentou que a organização iniciou a "contagem regressiva" para o fim do surto de ebola em Uganda. "Se nenhum novo caso for detectado, o surto será declarado encerrado em 11 de janeiro."

Ele ainda comentou que a organização continua a ajudar 30 países a responder a surtos de cólera; bem como a suprir de serviços básicos, de saúde e tratamento à desnutrição grave, em regiões da África afetadas pela crise climática, com secas e inundações.

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