CPI da Petrobras ouve ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 18h18.
Brasília - O ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, criticou a política de congelamento de preços de combustíveis da empresa. Tal medida, segundo ele, foi o responsável por “arrebentar” com a empresa e, perto dela, o esquema de propina da Lava Jato representa “10%” da perda que a estatal teve com o controle de preços.
“O maior problema da Petrobras, que continua arrebentando a empresa, são os preços que o governo segurou. O governo congelou os preços e arrebentou a empresa. É a defasagem do preço dos derivados. A Lava Jato, com desvio de R$ 6 bilhões, é 10% do rombo da Petrobras”, disse Costa.
A declaração do ex-diretor ocorreu durante depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados.
Confrontado por parlamentares, Costa voltou a se dizer arrependido por ter participado do esquema de corrupção e se referiu a isso como “mácula” na empresa e no país, mas disse que a Petrobras é a empresa mais devedora do mundo por não ter feito caixa na venda de seus produtos, o que a obrigou a pedir empréstimos no mercado.
“O grande problema é que a Petrobras não gerou caixa para fazer grandes investimentos. Eu pessoalmente levei, de quatro a cinco vezes para o Conselho de Administração, propostas para aumento gradual, ajustes parcelados de derivados. Eu levei isso pro conselho em 2010, 2011 e 2012, mas o presidente do conselho [à época, o ministro da Fazenda] Guido Mantega recusou”. Costa continua respondendo às perguntas dos deputados.