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"Corujão da Cirurgia" de Doria quer zerar a fila em um ano e meio

Para atender os cerca de 68 mil pacientes que aguardam por cirurgia, a prefeitura manterá centros cirúrgicos de cinco hospitais funcionando 24 horas por dia

João Doria: "É um processo mais lento do que o Corujão da Saúde, dos exames" (Facebook/João Doria/Reprodução)

João Doria: "É um processo mais lento do que o Corujão da Saúde, dos exames" (Facebook/João Doria/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de maio de 2017 às 16h38.

Última atualização em 26 de maio de 2017 às 16h44.

São Paulo - A gestão João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira, 26, que a fila de cirurgia de São Paulo deverá ser zerada em um ano e meio.

Para atender os cerca de 68 mil pacientes que aguardam por cirurgia, a Prefeitura vai manter centros cirúrgicos de cinco hospitais funcionando 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Batizado de Corujão da Cirurgia, o programa é dividido em quatro fases, com previsão de seis meses cada uma.

"É um processo mais lento do que o Corujão da Saúde, dos exames. Óbvio, não é a mesma coisa", disse o prefeito.

"Você estima que uma cirurgia tenha três horas e, muitas vezes, ela vai cinco, seis, sete horas. Então, é bem diferente do exame que você sabe que em 20, 25 minutos realiza."

Segundo o Prefeito, a ideia é "zerar gradualmente" o número de pacientes já diagnosticados que aguardam por cirurgia.

"Você tem uma estocagem de uma fila grande, que foi herdada do ano passado, e mais as necessidades recorrentes, mês a mês, que se apresentam às unidades de saúde", afirmou.

A Prefeitura deve usar os primeiros 15 dias para ligar para todos os pacientes.

Primeiro, é marcada uma consulta com um cirurgião para avaliar se o procedimento ainda é necessário.

Depois, é feita uma consulta pré-operatória.

A previsão é que as cirurgias só comecem no dia 15 de junho. O custo previsto do programa é de R$ 15,8 milhões, segundo a Prefeitura.

A primeira fase do Corujão é voltada para cirurgias gerais e ginecológicas que necessitam de internação e deve atender 25.950 pacientes.

Já a segunda fase será de cirurgias ambulatoriais, sem internação. "As fases vão ser concomitantes", disse o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara.

A terceira fase será de intervenções urológicas. Por fim, na quarta etapa, serão realizadas cirurgias ortopédicas.

"Pela necessidade de utilização de próteses, nós vamos ter de estabelecer como essas próteses vão ser adquiridas", afirmou Pollara.

Segundo ele, as empresas serão chamadas para fazer "uma negociação especial".

Funcionamento

Cada região da cidade terá um hospital específico para o programa.

Ao contrário do que ocorreu nos exames do Corujão, no entanto, as cirurgias não serão feitas em parceria com hospitais privados.

Entre as unidades, apenas o Hospital Santo Antônio, da Beneficência Portuguesa, não é público, mas oferece atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Também foram incluídos o Hospital Universitário, na zona oeste, o Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro Saboya, na zona sul, o Hospital Municipal Vereador José Storopolli, na zona norte, e o Hospital Municipal Moyses Deutsch, na zona sul.

"Eu visitei todos", disse Pollara. "As estruturas são perfeitas para o nosso projeto."

As cirurgias do Corujão devem ser realizadas principalmente à noite e nos fins de semana.

"No período diurno, não vamos deixar de fazer as cirurgias de rotina.

Se houver vaga, nós fazemos cirurgia da fila", afirmou o secretário da Saúde.

A Prefeitura espera que cada uma das 30 salas cirúrgicas do programa consiga realizar até oito cirurgias por dia.

Atualmente, a média é de 1,6 cirurgia por sala a cada dia, segundo Pollara.

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